No próximo domingo, dia 24 de julho, depois de uma pausa de mais de trinta anos e após a pressão de muitas atletas e grupos de mulheres sobre a Amaury Sport Organisation (ASO), o pelotão feminino vai largar num Tour de France.

Nos anos 80, existia uma versão feminina do Tour de France, organizada pela antecessora da ASO, que era disputada junto com a masculina, porém com etapas mais curtas. Depois disso, uma grande volta feminina da França voltou a ser organizada entre 1992 e 2009 por um grupo concorrente da ASO, sendo por isso chamada de Tour Cycliste Féminin e Grande Boucle Féminin.

Nomes importantes do ciclismo feminino, tais como Marianne Martin (Americana e 1ª vencedora do Tour de France Feminino) e Fabiana Luperini (Tricampeã do Tour de France Feminino) jamais tiveram o reconhecimento merecido, visto que a prova feminina nunca foi televisionada.

Felizmente, isto não se repetirá, pois o Tour de France Femmes avéc Zwift (nome desta encarnação do Tour de France Feminino) será transmitido ao vivo para todo o mundo, inclusive para o Brasil.

O percurso

O percurso selecionado para este ano promete uma prova bastante desafiadora, já que teremos disputa em todos os tipos de terreno, incluindo até trechos de chemin blancs (gravel). Serão  disputadas em oito etapas, totalizando 1029 km a serem percorridos no noroeste da França. Serão quatro etapas planas, que podem terminar em sprint ou fuga. Duas etapas em terreno rolado, que favorece as puncheurs e por fim, duas etapas de montanha com a grand-finale na Super Planche des Belles Filles. 


 

Domingo, 24.07.2022

ETAPA 1

TOUR EIFFEL > CHAMPS-ELYSÉES
81,6 km / Plano

A Grand Departure será em Paris, no mesmo dia em que ocorre a última etapa do Tour de France masculino. De certa forma, é poético que a primeira etapa seja realizada no circuito aonde foi a 1ª La Course.  Após a largada na Torre Eiffel, as mulheres vão percorrer doze voltas no circuito da Champs-Élysée, com a chegada programada para ocorrer um pouco antes dos homens ingressarem no circuito para a final masculina. 

O percurso é praticamente todo plano, com um setor de parelelos na própria Champs-Élysées. Ao que tudo indica, é um dia feito sob medida para as sprinters, como foi o caso na La Course de  2014 com Marianne Vos e a de 2016 com Chloe Hosking. No entanto, há sempre o risco de uma fuga bem sucedida como foi na La Course de 2015 com Anna van der Breggen. 

Seja como for, será lindo demais ver todo pelotão desfilando pelas ruas lotadas de Paris e, finalmente, ter o prazer de ver a primeira maillot jaune da competição.


 

Segunda, 25.07.2022

ETAPA 2

MEAUX > PROVINS
136,4 km / Plano

Na segunda etapa, o pelotão ruma para o leste de Paris, largando da cidade Meaux. Com apenas uma subida categorizada, o curto Cotê de Tigeaux (1,5 km, @ 4,7%) localizado logo no início da etapa, o dia também promete terminar em sprint massivo. 


 

Terça, 26.07.2022

ETAPA 3

REIM > ÉPERNAY
133,6 km / Média montanha (1418 m)

O Tour de France de Femmes vai percorrer a rota da Champagne, largando em Reims e chegando em Épernay. O percurso do dia promete ação com um terreno bastante acidentado e quatro subidas categorizadas. A última delas, no Cotê de Mutigny, fica apenas a 16 km da chegada. Apesar de ser uma subida curta, com apenas 900m, ela tem 12,1% de inclinação, o que deve impedir que as sprinters puras disputem a final. Além disso, há uma pequena subida não categorizada antes da linha de chegada (Mont Bernon), o que deve ajudar a selecionar a vencedora.  Etapa para os nomes fortes das velocistas que escalam bem, como Marianne Vos (Jumbo-Visma) e Lotte Kopecky (SD Workx).


 

Quarta, 27.07.2022

ETAPA 4

TROYES > BAR-SUR-AUBE
126 km / Média montanha (1415 m)

A quarta etapa promete ser o primeiro desafio entre as candidatas à Classificação Geral (GC). Será um daqueles dias em que vale o cliché. Dificilmente esta etapa vai definir a ganhadora do TdFF, mas sem dúvida, alguma, um revés aqui pode representar o fim do sonho da Camisa Amarela. 

O destaque vai para as subidas curtas e inclinadas e para os setores de chemins blancs (gravel). No total, serão 12,9 km de gravel divididos em quatro setores: Chemin blanc de Celles (2,3km), Chemin blanc des Hautes Forêts (3,2km), Chemin blanc du Plateau (4,4km) e Chemin blanc de Vitry (3km).


 

Quinta, 28.07.2022

ETAPA 5

BAR-LE-DUC > SAINT-DIÉ-DES-VOSGES
175,6 km / Plano

Esta é a etapa mais longa de todo o Tour de France Femmes, ultrapassando o limite de 160 km impostos pela UCI em provas femininas. Provavelmente, teremos uma fuga com equipes menores e algumas candidatas à Camisa de Montanha. Porém, com um percurso relativamente plano, os times de velocistas devem controlar a fuga. 


 

Sexta, 29.07.2022

ETAPA 6

SAINT-DIÉ-DES-VOSGES > ROSHEIM
128 km / Média montanha (1673 m)

Com o terreno bastante rolado e algumas montanhas, esta pode ser uma etapa interessante para a fuga, especialmente se algumas das atletas já tiverem perdido um tempo considerável e não representarem ameaça à Classificação Geral. Por outro lado, etapas com esta característica também podem representar uma oportunidade, especialmente porque teremos decidas técnicas. Como vimos no Giro Donne, pode ser que Annemiek van Vleuten (Movistar) opte por atacar nas subidas para se defender nas descidas. Por sua vez, as melhores na descida como Kasia Niewiadoma (Canyon–SRAM) e Elisa Longo Borghini (Trek-Segafredo) podem aproveitar a oportunidade para ganhar tempo.


 

Sábado, 30.07.2022

ETAPA 7

SÉLESTAT > LE MARKSTEIN FELLERING
127,1 km / Alta montanha (1922 m)

Esta etapa marca o início da disputa nas montanhas e podemos esperar um dia brutal pela frente. Teremos três grandes montanhas categorizadas. A primeira delas, Petit Ballon (9,3Km, @8,1%), começa por volta do km 40. Caso a Classificação Geral já esteja mais definida, podemos ver algumas atletas buscarem a fuga. Possivelmente, os times das candidatas a Classificação Geral também tentem colocar alguém na fuga do dia. 

A segunda montanha do dia (Col du Platzerwasel, 7,1 km, @8,3%) começa logo após a descida do Petit Ballon e pode também servir como terreno de emboscada com seus trechos que batem 10% de inclinação. A subida final é o Grand Ballon (13,5 km, @6,7%), que vai testar as pernas das melhores escaladores antes da chegada em Le Markstein. 


 

Domingo, 31.07.2022

ETAPA 8

LURE > LA SUPER PLANCHE DES BELLES FILLES
123 km / Alta montanha (2464 m)

O Tour de France Femmes termina em grande estilo, com a única final em topo de montanha de toda competição na famosa Super Planche des Belles Filles. No entanto, antes de chegar a grande finale, o pelotão vai precisar encarar o Côte d’Esmoulières (2,3 km, @8,5%) e o Ballon d’Alsace (9 km, @6,9%). Com cerca de 7 km e inclinação média de 8,7%, a Super Plance des Belles Filles pode não parecer grande coisa aos desavisados, porém com trechos em que inclinação supera 20%, especialmente no setor final não-asfaltado, a chegada no topo da Super Planche dês Belles Filles tem tudo para ser o ser o palco de uma disputa lendária para coroar a Maillot Laune do primeiro Tour de France Feminino.


Favoritas

Prever a performance de atletas numa grande volta nunca é uma tarefa fácil. No caso do TdFF, fica ainda mais complicado, pois a prova é inédita e foi precedida pelo Giro Donne há poucas semanas, com muitas atletas optando por fazer o “double” Giro-Tour. 

No masculino, o “double”  é praticamente uma missão impossível, já que as Grandes vVltas duram 3 semanas e fica muito difícil se recuperar do desgaste do Giro para se destacar no Tour de France. No feminino, com provas mais curtas de 10 e 8 dias, respectivamente, acredita-se que o “double” é possível. 

Essa foi a aposta de muitas equipes, tais como Movistar, FDJ e Trek-Segrafredo, que escalaram alguns dos seus nomes principais que correram no Giro Donne. Por sua vez, a SD Workx tomou a iniciativa de mandar uma equipe com jovens talentos ao Giro Donne e deixou algumas de suas principais atletas focarem somente no TdFF.

Vale ressaltar também que nem todos times publicaram sua escalação, por isso alguns ajustes podem ser necessários.

Camisa Amarela

Annemiek van Vleuten é o nome a ser batido. Depois de uma vitória convincente no Giro Donne, a Holandesa chega ao TdFF como grande favorita. É verdade que a diferença entre ela e a concorrência é cada vez menor, mas a Holandesa ainda não foi batida em provas de alta montanha. Resta saber se Van Vleuten já recuperou a confiança em descidas depois do grande susto que levou com uma queda na penúltima etapa do Giro Donne.

Annemiek van Vleuten é a grande favorita

Pelo que vimos na Volta Italiana, Marta Cavalli (FDJ) será uma grande rival para Annemiek van Vleuten. Foi a única que produziu números semelhantes nas montanhas e de alguma forma, ameaçou a Holandesa. Porém, segundo noticiado, Cavalli irá trabalhar para Cecilie Uttrup Ludwig. A equipe Francesa conta ainda com uma rolleur fortíssima como Grace Brown, que pode também fazer a diferença. 

Com todo o arsenal da SD Workx, Demi Vollering e Ashleigh Moolman-Pasio são nomes fortes na briga pela Classificação Geral. Isoladamente, nenhuma das duas mostrou-se a altura de Annemiek van Vleuten em montanhas, mas a SD Workx sabe como ninguém jogar com os números a seu favor.

A Canyon-Sram é também uma equipe que vem forte com Kasia Niewiadoma e Pauliena Rooijakkers, esta última com um “desempenho inovador” nesta temporada em provas de montanha. 

Mavi Garcia da UAE Team ADQ  fez um Giro Donne brilhante, ficando em 3º lugar. Se é verdade que a Espanhola perdeu o 2º lugar por sua dificuldade nas descidas e também por estar a um nível ligeiramente inferior nas montanhas, não podemos esquecer que foi ela a maior rival de Van Vleuten na e 7ª etapa do Giro Donne.

Para a disputa da Classificação Geral, a DSM conta com dois nomes fortes com Juliette Labous e Liane Lippert. A francesa Labous foi Campeã da Vuelta a Burgos e também foi ganhadora da única etapa com final em topo de montanha do Giro Donne, enquanto sua colega de equipe foi a recém-consagrada Campeã Alemã.

Juliette Labous é um destaque da DSM

A Bike Exchange conta com uma equipe que mistura novos talentos como Alenxandra ManlyRuby Roseman-Gannon com atletas experientes como Amanda Spratt. O destaque da equipe vai para Kristen Faulkner, que brilhou no Giro Donne, conquistando vitória em duas etapas.

A americana Kristen Faulkner também pode fazer bonito no primeiro Tour de France Feminino

Por fim, a Trek-Segafredo deve tentar brigar pelo pódio com Elisa Longo Borghini. Se é verdade que falta um grande nome de escaladora, Elisa Longo Borghini vem de um sólido 4º lugar no Giro Donne e tem grandes nomes na equipe para ajudá-la, como Ellen van Dijk, Audrey Cordon-Ragot e a recém coroada Campeão Européia Sub-23, Shirin van Anrooij. 

A Campeã do Mundo, Elisa Balsamo vai brigar pelo pódio

Sprinters

Lorena Wiebes é o nome a ser batido num sprint puro. A Holandesa já teve 15 vitórias no WWT só nesta temporada. Fora isso, a DSM tem um trem muito sólido, que conta com Charlotte Kool e Pfeiffer Georgi.

Com 15 vitórias na temporada, Lorena Wiebes o destaque nos sprints

Por sua, vez, com o excelente trem de embalada da Trek-Segrafredo, para a Campeã do Mundo Elisa Balsamo fica logo atrás no favoritismo. De fato, a italiana foi a única a bater Wiebes no sprint nesta temporada. Marianne Vos jamais pode ser desconsiderada numa final em sprint, especialmente se tiver algum trecho que selecione um pouco antes ou final em “murito”. Por fim, Chiara Consoni mostrou no Giro Donne, que pode bater as melhores num sprint caótico com a ajuda de suas companheiras da Valcar-Travel & Service. 

Hastags da prova:#TDFF#BikeBlz, FemininoPRO
Fonte: Tour de France Femmes
Fotos: ASO


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