Sou fã de carteirinha do Ciclismo Feminino, mas este ano está difícil me empolgar com o GiroDonne, graças ao domínio absoluto do time da SD Workx. 

Estamos na metade da maior volta feminina do ano e Anna van der Breggen (SD Workx) lidera a prova três minutos à frente de sua colega de equipe Ashleigh Moolman Pasio, seguidas pela também colega Demi Vollering.

A ameaça mais próxima ao trio da SD Workx é Lizzie Deignan da Trek Segrafredo, que está há quase três minutos da terceira colocada. Se já é difícil para o ciclismo feminino encontrar espaço no meio de toda atenção ao Tour de France, imagina quando não há emoção pela disputa?

É verdade que a competição já começou mais morna, pois grandes nomes como Annemiek van Vleuten (Movistar) e Kasia Niewiadoma (Canyon–SRAM) optaram por não participar e focar no treinamento para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Mesmo assim, é difícil imaginar que a Movistar ou a Canyon-SRAM conseguiriam quebrar a hegemonia da equipe de Anna van der Breggen.

Anna van der Breggen comemora a vitória na 4ª Etapa do Giro Donne

Na verdade, mesmo com a aposentadoria da Campeã do Mundo no ano que vem, a SD Workx deverá continuar com o melhor time. Isto porque vai não só vai reter talentos como a brilhante Demi Vollering, que está tendo uma temporada fenomenal, mas também vai trazer revelações como a sprinter/‘classicomana’ Lotte Kopecky (SD Workx) e o novo fenômeno do ciclocross Blanka Kata Vas (SD Workx).

Dizem as más línguas que a SD Workx é a Ineos do ciclismo feminino. Honestamente, não sei se é questão de ter um orçamento muito maior do que todo o resto, como no caso do time inglês. Penso que há outros times femininos com bom orçamento, mas que contratam muito mal.

Vamos dar nome aos bois? 

A Trek Segrafredo tem ótimas atletas, mas investiu em 3 sprinters puras que pouco contribuem. Estou falando de Letizia Paternoster, Chloe Hosking e Amalie Dideriksen.

Por sua vez, a Canyon-SRAM fez ótima contratação com Elise Chabey, mas Chloe Dygert só serviu para trazer publicidade negativa.

Outra equipe que poderia elevar-se é a Jumbo-Visma. Poderiam montar um time menos focado em Marianne Vos, pois isto inclusive beneficiaria a multi-campeã.

Não sei o que nos aguarda no futuro do ciclismo feminino. De repente, teremos hoje uma reviravolta fantástica no GiroDonne. Seja o que for, ganhe quem ganhar, só espero que o Ciclismo Feminino nos traga disputas incríveis e fortes emoções. Afinal, é isto que tanto amamos no esporte. 

(Fotos: PMGSport/ Tommaso Pelagalli / BettiniPhoto©2021)


Confira a vitória de Marianne Vos na Gent-Wevelgem filmada de dentro da linha de chegada, exclusivo por BikeBlz

Instagram