Após 299 km e quase sete horas de prova, o belga Jasper Stuyven (Trek-Segafredo) venceu a Classicíssima Milan-Sanremo com um ataque a 3 km da meta e bem no final da descida do Poggio, que surpreendeu o grupo destacado de 12 ciclistas que desciam juntos. A surpresa também foi dos fãs que esperavam os ataques e a vitória de Mathieu van der Poel (Alpecin-Fenix), Julian Alaphilippe (Deceuninck–Quick-Step) ou Wout van Aert (Jumbo-Visma), mas o ciclista foi mais feliz no final, sustentando o ataque na Via Roma, abrindo uma boa diferença e cruzando a linha final de braços abertos. É a vitória mais importante de sua carreira, aos 28 anos.
Havia muitos caras rápidos no Poggio, então eu sabia que tinha que ir tudo ou nada.
Jasper Stuyven
Bela prova também para Caleb Ewan (Lotto-Soudal) que cruzou em segundo, seguido de Wout van Aert fechando o pódio. Bom resultado também de Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) cruzando em quarto, voltando da Covid-19. Mathieu van der Poel chegou atrás em quinto. O campeão Julian Alaphilippe apesar de tentar um ataque no Poggio, não teve sequência e nem veio para o sprint.
Mais uma vez a Milan-Sanremo mostra ser uma corrida muito difícil de ganhar e muito imprevisível. Sem muito espaço para o controle da prova por alguma equipe, a corrida prova que apesar de longa, continua atraindo cada vez mais a atenção dos fã.
“La Classicissima”
A mais tradicional e mais longa corrida (299 km) das Clássicas da Primavera, acontece neste sábado (20) e promete como sempre, muita emoção. Apesar de muitos acreditarem que emoção mesmo só acontece do Poggio pra frente.
A Milan-Sanremo é chamada de “La Classicissima” por sua história e status, de fato, mas também porque permaneceu praticamente a mesma ao longo dos anos. A rota mudou apenas um pouco desde 1907. Talvez a modificação mais significativa tenha sido a introdução do Poggio, em 1960. Mas isso mudou tudo.
Vincenzo Torriani, o lendário organizador do Giro d’Italia, teve a ideia para animar o final da corrida, onde velocistas estrangeiros estavam sempre vencendo a competição. Então, ele teve a ideia de incluir esta subida minúscula e dolorosa pouco antes do final. E como dito antes, isso mudou tudo. É na subida do Poggio que você pode ver se a corrida vai ou não terminar em um sprint. São apenas 6 minutos para escalá-lo, mas são os 6 minutos mais importantes do ciclismo mundial.
A corrida está agora em seu 112º ano e atraí sempre todos os grandes nomes do ciclismo mundial. E isso é realmente muito especial, pois parece estarmos vivendo uma era de ouro do ciclismo profissional. Juntando uma geração de grandes astros em atividade, com uma outra mais jovem que chegou mostrando os dentes, ou melhor o clip. Peter Sagan, Greg van Avermaet, Philippe Gilbert, Vincenzo Nibali e Michał Kwiatkowski, agora batem guidon com Wout van Aert, Mathieu van der Poel, Julian Alaphilippe, Pogacar e Remco Evenepoel. Apesar destes dois últimos não figurarem na corrida do próximo sábado, outra ausência será a de Mads Pedersen, mas o start list deste ano está repleto de grandes nomes.
Primavera Rosa
A prova não conta mais com sua versão feminina, a Primavera Rosa, que aconteceu entre 1999 e 2005, foi cancelada pela UCI em 2006. A primeira edição, em 1999, foi ganha pela italiana Sara Felloni e a última, em 2005, pela alemã Trixi Worrack.
Sete vezes Eddy Merckx
No início de 1966, Eddy Merckx ainda não tinha completado 21 anos e era profissional há menos de um. Definitivamente ele não estava entre os favoritos, mas naquele dia, o jovem Eddy correu ferozmente, deixando para trás muitos dos grandes nomes da prova na seção final. Quando chegou ao topo do Poggio, os favoritos não estavam mais à vista.
A corrida terminou em sprint, com Merckx batendo o campeão italiano Durante e seu compatriota Van Springel, tornando-se assim o mais jovem vencedor da Classicissima. Nos anos seguintes, ele selou sete vitórias ao todo em onze participações. Seu grande feito ainda não foi superado e talvez, seja mesmo imbatível.
Wout Watts
Ano passado, a prova foi postergada para agosto por conta da pandemia e Wout van Aert venceu depois de já ter vencido a Strade Bianche uma semana antes, batendo Julian Alaphilippe, até então o atual campeão, no sprint após a dupla se destacar do pelotão na descida do Poggio.
A mais bela chegada que eu já vi
Santo Merckx que me desculpe, mas eu nunca vi uma chegada tão impressionante quanto a da Milan-Sanremo 2017 com Peter Sagan, Michał Kwiatkowski e Julian Alaphilippe praticamente cruzando ao mesmo tempo a linha de chegada, após se libertarem do grupo no Poggio e chegarem assim juntos após quase 300 km de corrida. Inesquecível!
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Onde assistir
A corrida só estará disponível no aplicativo ESPN e também no GCN Race Pass (serviço pago de assinatura, disponível em inglês, francês, alemão e italiano) ou no Tiz Cycling.
Horário local: 9:30h / Brasília 5:30h
Start list
A prova contará com uma seleção galática! Nomes confirmados: Wout van Aert, Mathieu van der Poel, Peter Sagan, Greg Van Avermaet, Oliver Naesen, Alex Aranburu, Manuele Boaro, Fabio Felline, Sonny Colbrelli, Damiano Caruso, Maximilian Schachmann, Pascal Ackermann, Elia Viviani, Julian Alaphilippe, Kasper Asgreen, Davide Ballerini, Tim Declercq, Yves Lampaert, Zdenek Stybar, Michal Kwiatkowski, Filippo Ganna, Tom Pidcock, Ivan Cortina, Philippe Gilbert, John Degenkolb, Caleb Ewan, Tim Wellens, Michael Mattews, Soren Kragh Andersen, Romain Bardet, Giacomo Nizzolo, Victor Campenaerts, Simon Clarke, Michael Gogl, Edvald Boasson Hagen, Niki Terpstra, Vicenzo Nibali, Jasper Stuyven, Alexander Kristoff, Davide Formolo, Fernando Gaviria, Matteo Trentin, dentre outros.
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Velogames
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