Uma das mais esperadas etapas deste ano, considerada a Etapa Rainha com 178,4 Km de Muret a Saint-Lary-Soulan, começava com 100 km até o sopé do Pirineus e a partir daí, três grandes obstáculos seguidos: Peyresourde, Val Louron-Azet até finalizar com a subida de 16 km e 9% de inclinação média, acumulando 4375 m de desnível, até o alto do implacável Col du Portet. Local especialmente memorável para este relés colunista e onde Nairo Quintana de forma espetacular, venceu solo no Tour de France 2018. A etapa que ficou também conhecida pela largada em grid estilo F1, em um dos episódios mais ridículos da história da competição.
A etapa de hoje só veio confirmar que o Esloveno Tadej Pogacar (UAE) está em outro patamar na disputa pela Camisa Amarela. Conseguindo a sua segunda vitória de etapa desta edição do Tour (ele venceu também a Etapa 5 de contra-relógio) e mantendo a sua confortável diferença e liderança na Geral.
Após escalar a última parte do Col du Portet acompanhado dos dois adversários mais próximos nesta disputa: Richard Carapaz (Ineos Grenadiers) e Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma), não se mostraram páreo para o Eslovendo de 22 anos que nos 150 m finais e com um sorriso no rosto, partiu como um foguete montanha acima para cruzar sozinho a meta, puxar do peito a Camisa Amarela e quase que dizer: “É minha!!!”. Carapaz que se negou a revezar durante toda a subida e pretensamente guardava energias para o ataque final, acabou cruzando em terceiro, após Jonas se recuperar de ter ficado para trás no quilômetro final e cruzando atrás do Esloveno. Estatelado no chão após a vitória, Pogacar se mostra praticamente imbatível neste Tour de France. Resta a seus adversários brigarem pelos outros dois lugares mais baixos do pódio. Ele agora está com 5’39” sobre Vingegaard e Carapaz com mais quatro segundos atrás.
Foi um dia fantástico. Vencer com a Camisa Amarela é algo que não consigo descrever. Tadej Pogacar
Como foi a etapa?
Assim que largaram, a fuga acabou se estabelecendo com seis ciclistas: Lukas Postlberger (Bora-hansgrohe), Anthony Perez (Cofidis), Dorian Godon (AG2r-Citroen), Anthony Turgis (Total Energies), Danny Van Poppel (Intermarche Wanty – Gobert) e Maxime Chevalier (B&B Hotels).
Steven Kruijswijk (JumboVisma) acabou abandonando a corrida após quase uma hora de prova. A equipe Jumbo-Visma disse que ele se sentiu mal durante o dia de descanso na segunda-feira e que sua condição não havia melhorado. A equipe agora conta apenas com quatro abelhas: Vingegaard, Wout van Aert, Sepp Kuss e Mike Teunissen.
Lá na frente, as disputas intermediárias tentavam dar um sal a mais na etapa, enquanto as montanhas não chegavam. Van Poppel venceu na meta de sprint em Bagnères de Luchon, Turgis na meta de montanha em Peyresourde e Perez na Val Louron-Azet. Nos últimos 60 km, 37 km eram de escalada e Dorian Godon e Anthony Perez eram os últimos na fuga até Perez ser o último fugitivo a ser alcançado com 8 km da chegada. Pello Bilbao (Bahrain Merida) tentou abrir do grupo do Camisa Amarela, mas tão logo foi ultrapassado, Rafal Majka (UAE), o último homem que trazia Pogacar, deu seta e uma nova disputa se abriu. Mas com outro ataque mortal do Esloveno, em mais um aclive daqueles, o grupo selecionou novamente, restando apenas os três que brigavam pela Geral, além de Rigoberto Uran (EF Education), mas o Colombiano não suportou o ritmo. Rigo que anteriormente era o segundo na Classificação Geral, acabou caindo para o quarto lugar e foi o grande prejudicado da etapa.
O Tour de France parece mais definido do que nunca e quinta-feira será o último dia nas montanhas, antes que os ciclistas possam alcançar trajetos mais fáceis no caminho para a chegada de domingo na Champs-Élysées em Paris. A 18ª etapa apresenta outra chegada ao alto em Luz Ardiden, após uma longa subida ao formidável Col de Tourmalet a 2115 metros.
Imperdivel!
(Fotos: A.S.O)
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