Há menos de dois meses, Tom Pidcock (GBR) quebrou a clavícula. As corridas que ele fez pouco antes das Olimpíadas também não foram muito boas para o versátil ‘grenadeiro’ da Ineos. O Britânico é mesmo um fenômeno! Com apenas 21 anos, ele já acumula palmares de gente grande. E não apenas no MTB, mas também na pista e no cyclocross. A medalha de ouro, só confirma o que todos nós já sabíamos, ele é um garoto diferenciado. Versátil e forte em todo tipo de terreno.

A prova de hoje no circuito de Izu Course tinha 4,1km com 150m de ganho vertical em cada volta, foram 7 no total e é considerada o percurso mais desafiador da história olímpica. Com obstáculos naturais, além do calor e da umidade, os ciclistas enfrentaram uma pista realmente desafiadora. No início da prova, o Brasileiro Henrique Avancini foi quem ditou o ritmo nos primeiros compassos, em uma pista onde as ultrapassagens não eram fáceis, mas apesar do início forte, Avança acabou cedendo posições e chegando em 13ª lugar.

Pidcock após um ataque, levou à formação de um grupo de três que incluía Nino Schurter (SUI), Victor Koretzky (FRA) e Anton Cooper (NZL). Enquanto isso, David Valero (ESP) subia posições e se encontrava em oitavo, após fazer uma péssima largada e figurar na 22ª posição.

Mas ao longo da prova, o único capaz de acompanhar o ritmo de Tom Pidcock era Mathias Flueckiger (SUI) que o seguia 4 segundos atrás. Mas na volta 5, a diferença subiu acabou subindo para 12, após um escorregão do Suíço.

Van der Poel, que era um dos grandes favoritos, sofreu um forte acidente ainda na primeira volta. Ele chegou a continuou na corrida, mas teve de se retirar definitivamente em seguida, devido as consequências da forte pancada.

Enquanto isso, Valero Serrano continuou com a melhor recuperação do dia e chegou no grupo que lutava pelo bronze na última volta. Tudo podia acontecer.

Tom Pidcock cruzou a linha da última volta novamente na liderança e com apenas 21 anos estava pronto para levar a medalha de ouro. Mathias Flueckiger ficou em segundo e a luta ferveu pelo bronze. Na última volta, David Valero ultrapassou Nino Schurter e faturou a medalha. A recuperação do Espanhol foi um dos destaques da prova. Na Rio 2016, ele havia ficado na 9ª colocação e estava visivelmente muito emocionado após a linha final.

Já o novo campeão olímpico de XCO, terá pela frente ainda mais terreno para abrir a partir de agosto quando ele estreia em um Grand Tour, na sua equipe Ineos Grenadiers, para a Vuelta a Espana a partir de 14 de agosto.

Mathieu van der Poel

Após vestir por 6 dias a Camisa Amarela no Tour de France, Mathieu van der Poel abandonou a grande volta francesa para se dedicar a preparação desta prova de XCO em Tóquio. Um dos grande favoritos pela medalha de ouro, acabou abandonando a prova após um acidente espetacular no maior salto do circuito. O holandês caiu ao chão cometendo um claro erro técnico.

Na verdade, ele foi o único ciclista de destaque a ter problemas nessa parte do circuito. E tudo por conta da falta de uma rampa (que ele esperava que estivesse lá). A rampa estava no evento teste, mas foi retirada para a prova final.

“Eu não sabia, aquela rampa estava lá durante o reconhecimento. Só soube que ela havia sido levado no evento de teste.” disse van der Poel respondendo a jornalistas no Twitter enquanto aguardava exames complementares no hospital.

Mas o técnico holandês Gerben de Knegt, teve uma versão diferente dos eventos, dizendo que tinha falado com Van der Poel sobre a remoção da rampa na semana que antecedeu a corrida, bem como na manhã anterior ao evento. E afirmou: “Nós conversamos sobre isso várias vezes esta semana. E esta manhã novamente.” A soberba de MVDP às vezes lhe prega essas peças. Pidcock que já o venceu em etapa de Copa do Mundo de MTB, promete daqui pra frente lhe dar cada vez mais trabalho. Tanto na terra, quanto no asfalto.

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