Surfando outro dia por nossa bike-esfera no ex-Twitter, dei de cara com este relato emocionante de uma das arrobas mais atuantes quando assunto é e-cargo bike: estou falando do American Fietser, captaneado pelo americano Brandon Lust, que compartilha suas experiências e conhecimento de um verdadeiro embaixador das e-Cargo Bikes. Como nós, um apaixonado pelo ciclismo holandês, pela infraestrutura e urbanismo das cidades e por conta disso, lhe pedimos para publicar esta história aqui para os nosso leitores. Para nossa surpresa, ele também fala português e mantém inclusive uma conta específica na língua de Camões no Gringo Fietser, e desde já recomendamos você também a seguí-la. Mas voltando a história, entramos em contato com ele para lhe perguntar se podíamos compartilhar esta história que tanto nos tocou. E achamos que você também iria gostar. Com vocês, Brandon Lust:

“Então, só tivemos que ligar para a empresa de HVAC para diagnosticar um problema que estamos tendo com nosso aquecimento. O técnico de manutenção chegou e ao entrar na garagem a primeira coisa que notou foram as e-cargo bikes…

Ele as adorou e imediatamente começou a falar sobre bicicletas. Ele me contou que no ano passado perdeu a esposa para o câncer. Quando isso aconteceu ele disse “Entrei nesse modo Forest Gump. Comprei uma bicicleta, comecei a andar e não parei mais”. Antes disso, ele era sedentário, nunca praticava muita atividade física além do trabalho, pesava cerca de 113 kg e estava chegando aos 60 anos. Ele começou a falar sobre como andar de bicicleta o ajudou a superar a coisa mais difícil que já enfrentou na vida.

Ao longo desse tempo, ele perdeu todo o excesso de peso e agora está com 77kg, disse que se sente mais jovem e também com a cabeça mais lúcida. Claro, ele disse que ainda sofre de depressão pela perda da companheira, mas sentiu que sem andar de bicicleta estaria em uma situação mais sombria. Ele descobriu mais sobre o seu entorno, trilhas bacanas, lugares para sair para comer de bicicleta e aprendeu a apreciar mais a natureza, principalmente porque seus roteiros o levam por alguns espaços verdes incríveis aqui em Indiana.

Foi extremamente comovente para mim ouví-lo contar essa história e ver o que isso fez por ele como pessoa, especialmente considerando o inferno que ele passou após a perda de sua esposa. Não posso e não quero imaginar tal cenário. Ele falou sobre como as pessoas ao seu redor agora mostram uma estranha preocupação com a quantidade de tempo que ele passa em sua bicicleta, escolhendo-a em vez de um carro para jogar boliche com alguns amigos, e até mesmo com o peso que ele perdeu. Ele está absolutamente saudável, mas as pessoas ao seu redor afirmam que é demais.

De qualquer forma, sua vida mudou. Em alguns aspectos, horrível, mas em outros, foi bom. Eu tinha algumas capas de selim extras, uma para a chuva e a outra uma capa de lã para o inverno e as dei a ele. Eu sabia que ele obteria valor ao usá-los em sua vida.

Isto só serve para mostrar que as bicicletas não são apenas brinquedos infantis, são meios de transporte funcionais que podem servir para enriquecer o bem-estar físico/mental das pessoas, tanto nos bons como nos maus momentos. Mais pessoas precisam disso, mas apenas algumas descobrem isso.

O nome dele é Dan e ele é uma inspiração.”

Texto: Originalmente escrito em inglês, em uma thread do American Fietser
Fotos: Rikki Chan e Marius Ciocirlan em Unsplash

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