Na 16ª etapa, tudo preparado para uma briga entre pelotão e fuga. Percurso ondulado, várias curvas e estradas estreitas no fim, mas havia um fator que condenou a fuga: Fabio Jakobsen (Deceuninck-Quickstep) era o aniversariante do dia e tinha uma “manada de lobos” para garantir a festa e o presente.

Plunct plact zum: não vai a lugar nenhum.

O ritmo foi forte na etapa de hoje (Luis Angel Gomez ©PHOTOGOMEZSPORT)

Se o dia era de festa, essa talvez fosse a melhor música para a fuga. O grupo formado por Stan de Wulf (AG2R), Jetse Bol (Burgos-BH) , Quinn Simmons (Trek), Mikel Bizkarra (Euskatel) e Dimitri Claeys (Qhubeka-Assos) foi mantido a todo tempo com rédea curta e sem oportunidades de abrir muito tempo. Apesar da alta velocidade nas primeiras horas de prova, a distância entre os grupos permaneceu pequena. Aos 80 quilômetros do fim, a Deceuninck-Quickstep começou a acelerar o ritmo, a fim de garantir que a vitória seria mesmo disputada por Jakobsen. Harm Vanhoucke (Lotto Soudal) aproveitou para saltar do pelotão para a fuga.

Logo após, a UAE tomou a ponta do pelotão e impôs um forte ritmo. A equipe de Matteo Trentin queria dificultar as coisas para os sprinters rivais e tentar levar o Italiano para a vitória. O grupo se quebrou, com a Quickstep e Jakobsen ficando para trás. A partir daí começou uma briga entre a fuga e os dois grupos do pelotão. A vantagem da fuga de cerca de 2 minutos caiu para 30 segundos. E os dois pelotões chegaram a ter 40 segundos entre si.

UAE tenta controlar o pelotão para Matteo Trentin (Luis Angel Gomez ©PHOTOGOMEZSPORT)

Mas, sem ajuda de outras equipes, a UAE desistiu de manter o ritmo alto e a Quickstep com uma força impressionante reconectou os grupos em um trabalho primoroso, como é costume. Se eles são (quase) sempre taticamente perfeitos, não poderiam bobear justamente no dia de hoje.

A fuga foi se quebrando aos poucos e Stan de Wulf ainda tentou uma aceleração final e demonstrou uma força absurda para ganhar alguns segundos sozinho e segurar o pelotão, mas contra diversos trens de embalada, não havia muito o que fazer e o jovem belga foi capturado pelo bloco já nos últimos 10 quilômetros. Era fato: a vitória viria de um sprint massivo.

Stan de Wulf (AG2R) tentou uma aceleração final mas foi pego pelo pelotão (Luis Angel Gomez ©PHOTOGOMEZSPORT)

“Signed, sealed, delivered”

Outra canção animada para embalar as comemorações pode ser essa de Stevie Wonder, que diz em parte do refrão “eu poderia ser um homem quebrado, mas aqui estou. Meu futuro está nas suas mãos. Assinado, embrulhado e entregue.”

Tal e qual, Jakobsen que passou difíceis momentos após 2020, hoje precisou apenas confiar em sua equipe que lhe trouxe para os quilômetros finais em meio a descidas e curvas, com as equipes rivais tentando frustrar-lhe as expectativas. Sénéchal (Deceuninck-Quickstep) novamente liderou o quilômetro final, mas Fabio se posicionou na roda de Jordi Meeus (Bora-hansgrohe). Matteo Trentin (UAE) abriu o sprint pela direita enquanto que o Camisa Verde manteve-se ao centro e cruzou a linha com larga vantagem. Mais um trabalho perfeito da equipe, terceira vitória para o aniversariante e a Camisa Verde praticamente assegurada. “Assinado, embrulhado e entregue”, mais uma vez.

O aniversariante do dia, Fabio Jakobsen, vence a terceira na Vuelta (Luis Angel Gomez ©PHOTOGOMEZSPORT)

Próxima Etapa 17

Amanhã, uma dura etapa que abre a sequência de dois dias nas altas montanhas. A briga pela Classificação Geral vai esquentar e não há mais tempo para esconder ou evitar a responsabilidade de controlar a corrida. É Roglič (Jumbo) vs Movistar e os outros brigando pelo pódio. Acorda, que vai ser dia de maldade!

Unquera > Lagos de Covadonga
186,3 km – Alta montanha (4437 m)

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