Embora a atenção dos palmenses estivesse direcionada para o eclipse de sábado (14) e para a Praia da Graciosa, às margens do lago que margeia a capital tocantinense, um observatório natural que receberia centenas de pessoas para observar o fenômeno celeste na parte da tarde, outras centenas estiveram antes pela manhã, no lado oeste da cidade, para observação de outro espetáculo: o show dos ciclistas nas provas de resistência do Campeonato Brasileiro de Estrada e Contrarrelógio para as categorias Masters e Sub-30, masculino e feminino.

Em um sábado em que parecia haver um sol para cada ciclista, na disputa mais acirrada e longa do dia, o matogrossense Ítalo Júnior Feleti teve seu dia bom, após a prata na crono no dia anterior, ao conquistar a Camisa Azul da Sub-30, que era defendida pelo paraibano Danrley Cavalcante, que havia faturado o CRI de sexta-feira, 13.

Depois de outra prata também no XCM disputado no Pará, Ítalo, também professor de educação física, sofreu o primeiro revés logo após a largada, às 10h35. O canote baixou por completo e ele precisou do apoio neutro para o reajuste em movimento.

Grupo perseguidor da sub-30 em prova disputada no sábado

Foi a senha para o pelotão atacar e esfacelar o pelote. Um grupeto de cinco atletas abriu fuga. Além de Italo Júnior, Patricson Emanuel Braz, Anderson Lucas, Thiago Filipe e o gaúcho Guilherme Winieski.

A três voltas do final – 30km – Ítalo atacou e apenas Patricson o acompanhou. Na reta oposta à chegada, o matogrossense acelerou para virar o contorno norte do circuito sozinho e cruzar à frente com 2h37’59” de prova e 108,5 km percorridos. O baiano se contentou com a prata a 18’885 segundos atrás. Anderson Lucas ficou com o bronze a 2’17″149 do líder. Danrlei foi o sexto a 07’58″355 do novo campeão, seguido pelo tocantinense Maicon Douglas, na 7ª posição, o último a completar as 10 voltas, sem tomar volta dos líderes, entre os 13 que completaram a prova.

Na A2, Adalberto Barreto (Sharks Cycle Team), do Rio de Janeiro faturou o ouro com o tempo de 2h25’00.152 para percorrer as 9 voltas do circuito, com largada às 10h39. O carioca bateu no sprint os goianos Alan Pedrosa Roggia, que ficou com a prata, e Willian Araújo (Clube Araguaia), o bronze.  O paulista Michel Amador foi o quarto e Rafael Pinto, do Maranhão, fechou o top 5 da categoria.

O veterano ciclista joinvillense Geraldo Bandoch bateu o sprint disputado por nada menos que nove ciclistas da master D1 (60-64) dos 18 que completaram a prova. Bandoch fechou as 5 voltas em 1h38’38″212. A prata ficou com Alexandre dos Santos, do Rio de Janeiro, e o bronze com o paranaense Willians Sada. A última posição do grupo dos 9 coube a César Moreno, a 4segundos.

A definição da D2 também saiu no sprint, batido pelo carioca de Nova Iguaçu Guaracy Fernandes Bezerra, que fechou as 5 voltas em 1h45’42″392. O lendário ciclista santista Ricardo Venturelli Gonçalves ficou com a prata e o catarinense Irio Goede com o bronze.

Na C2, o brasiliense Beto França unificou as camisas de crono e resistência após 1h47’09”. A 13’415 chegaram o catarinense Evânio Zimmermann, prata e o gaúcho Dagoberto Luiz, o bronze.

O palmense que brilhou tem o nome de Junio Cesar

Para os palmenses, porém, as disputas de sábado atingiram o ápice na B2, quando Junio César, o Cowboy, abriu uma fuga logo na segunda das sete voltas, e apenas o brasiliense Robson Santos, saltou na roda. Os dois abriram a terceira volta para, aos poucos, deixar o pelotão para trás, sempre com o tocantinense ditando o ritmo.

Um dos ciclistas mais amados da capital, Junio César cruzou a linha 1h50145″ após a largada – que saiu às 10h41 e completou os 75 km com média de 41,1 km/h para faturar o primeiro e único ouro tocantinense na disputa. Com a vitória, se tornou o primeiro palmense da história da jovem cidade, fundada em 1990, a conquistar um título nacional no ciclismo. Robson Santos, de Brasília, foi o prata, 5’853, e o ex-piloto de stock car Vitor Meira ficou com o bronze, a 1’26”.

O atleta palmense Junio César

Domingo começou com elas

Todas as categorias femininas correram no domingo. A princípio, o dia parecia chuvoso até a primeira bateria, com todas as divisões femininas. Entre elas, uma das disputas mais emocionantes foi a da B2, com quatro atletas na disputa do sprint, incluindo a carioca Paula Almeida, que defendia a camisa, mas acabou com a prata ao ser superada pela baiana Cristiane Duque, que fecharam as cinco voltas em 1h39’32”. A definição sairia na análise fotográfica, mas a baiana já cruzou a linha levantando o braço. Kely Serafim, do Distrito Federal, fechou o pódio.

Outro destaque foi a catarinense Karoline Meyer, que unificou as camisas de crono e resistência da categoria C (+50). Durante a prova ela atacou diversas vezes, mas não conseguiu abrir e a disputa acabou no sprint. Campeã internacional de apneia, Karol completou os 43,4 km da prova em 1h21’54”, superando a matogrossense Larissa Carvalho, prata e a gaúcha Naura Rech, a bronze.

Quando a segunda bateria largou, com as três masculinas (A1, B1 e C1) o sol estava ardente como nem o palmense gosta, por volta das 10h30. O primeiro campeão saiu na C, com seis voltas e 1h38’ depois.

A estratégia do paulista André Orsalino de atacar o pelotão sucessivas vezes deu certo e ele abriu fuga com o brasiliense Juliano Augusto e o goiano Cristiano Cunha (Associação Alfa) até a volta final, quando acelerou no sprint para cruzar em primeiro completando as 6 voltas em 1h38’35”. A prata ficou para o brasiliense e o bronze para o goiano na categoria que teve ainda o paulista Hamilton Fernandes (Team Barra Bonita) na quarta posição e o tocantinense Adarciley Silva em quinto.

O drama e a recuperação de Pedro Barbosa marcou a disputa pelo título da B1. O então campeão caiu no meio da prova. Remontou na bike e conseguiu buscar o pelotão na hora certa e a tempo de saltar atrás do brasiliense Fernando Vilela, quando o filho do lendário ciclista do cerrado Hélio Vilela atacou na descida do trecho oeste do circuito.

Em revezamento justo, os dois abriram um minuto do grupo perseguidor formado pelo carioca Fabiano Mota, o paraibano André Assad e Gilberto Júnior, também do Rio de Janeiro, mas no sprint, o brasiliense fez valer da força e cruzou em primeiro e superou o então campeão nacional.

Na última disputa do domingo, após 10 voltas encerradas e sol o escaldante às 13horas, os recém-saídos da elite do ciclismo formaram um diversificado grupo em uma fuga. No grupeto, um mineiro, um baiano, um cearense, um paraense e um brasiliense, mas o mineiro João Matheus e o baiano Geci dos Santos Rocha forçaram o ritmo e esfacelaram a fuga. Os dois chegaram juntos para o sprint final, batido pelo mineiro, campeão nacional pela quarta vez (16/18/19), mas a primeira na A1.  O cearense Vinícius Antônio Cordeiro ficou com o bronze, a 3’23″do líder.


Todos os medalhistas em Palmas

SUB 30 MASCULINO
Itálo Júnior (MT)
Patricson Emanuel (BA)
Anderson Lucas (SP)


MASTER A1 (30-34 anos)
MASCULINO
João Matheus (MG)
Geci dos Santos (BA)
Vinícius Antônio (CE)


MASTER A1 (30-34 anos)
FEMININO
Júlia Oliveira (GO)
Sarah Pinheiro (RJ)
Kelly Cristina (SP)


MASTER A2 (35-39 anos)
MASCULINO
Adalberto Nascimento (RJ)
Alan Pedrosa (GO)
Willian Araujo (GO)


MASTER A2 (35-39 anos)
FEMININO

Sheila Priscíla (MT)
Jaquelini Pereira (SP)
Maria Cecília (RN)


MASTER B1 (40-44 anos)
MASCULINO
Fernando Vilela (DF)
Pedro Barbosa (RJ)
Fabiano Mota (RJ)


MASTER B1 (40-44 anos)
FEMININO
Daniela Santos (GO)
Flávia Real (RJ)
Giselle Bertolotti (SP)


MASTER B2 (45-49 anos)
MASCULINO
Junio César (TO)
Robson Santos (DF)
Vitor Meira (DF)


MASTER B2 (45-49 anos)
FEMININO
Cristiane Duque (BA)
Paula Almeida (RJ)
Kelly Cristina (DF)


MASTER C1 (50-54 anos)
MASCULINO
André Orsalino (SP)
Juliano Augusto (DF)
Cristiano Cunha (GO)


MASTER C2 (55-59 anos)
MASCULINO
Roberto França (DF)
Evânio Zimmermann (SC)
Dagoberto Luiz  (RS)


MASTER C 50+
FEMININO
Karoline Meyer (SC)
Larissa Carvalho (MT)
Naura Rech (RS)


MASTER D1 (60-64)
Geraldo Bandoch (SC)
Alexandre dos Santos (RJ)
Willians Sada  (PR)


MASTER D2 (65+)
Guaracy Fernandes (RJ)
Ricardo Venturelli (SP)
Irio Goede (SC)

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