Vamos falar das grandes equipes portuguesas, os times continentais e das respectivas entradas e saídas de atletas e ainda falar um pouco de alguns objetivos para este ano de 2021 para cada uma delas. Por isso espero que estejam todos bem, e venham daí comigo, para que eu apresente as cores e as equipes do ciclismo português na temporada.
Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel
A equipe algarvia mantêm dois terços do elenco do ano passado, mas acaba ganhando opções que não tinha, mesmo perdendo um dos melhores ciclistas portugueses da atualidade, o Frederico Figueiredo, Gustavo Veloso chega da W52-FC Porto, Emanuel Duarte um jovem escalador de muita qualidade chega da LA-Alumínios e ainda o Rafael Lourenço, mais uma jovem promessa do ciclismo português que chega da Kelly-Simoldes-UD Oliveirense. Por fim, Samuel Blanco, um espanhol que regressa a Portugal vindo da SuperFroiz.
Com a saída de Frederico Figueiredo, Micael Isadora, Pako Ochoa, Marcelo Salvador e o Ricardo Martins, uma equipe que aposta forte na experiência do Veloso e com isso a equipe agora possuí dois lideres: Veloso e Alejandro Marque, dois espanhóis que já venceram a Volta a Portugal (Marque acabou perdendo), mas aposta em ciclistas mais experientes, ótimos contra-relogistas mas com alguns problemas em subidas longas. A equipe vem para buscar mais vitórias e Emanuel Duarte vai ser a surpresa para mim e promete mostrar muito este ano. Alexander Grigorev, David Livramento, Alejandro Marque, Alvaro Trueba, Ruben Simão, Valter Pereira e César Martingil continuam.
Antarte-Feirense
Nesta equipe temos muitas mudanças, primeiro porque a equipe no ano passado teve problemas para ir para a estrada, mas este ano eles conseguiram nomes de maior nível. A entrada da Antarte no Feirense, um patrocinador que regressa ao ciclismo depois de alguns anos em que deixaram a equipe.
Muitas mudanças: João Barbosa chega da Miranda-Mortágua e vem para ajudar os homens mais rápidos, depois o Venceslau Fernandes chega da Kelly-Simoldes-UD Oliveirense, um jovem ciclista de valor, e com capacidade para ser um apoio importante para o líder, depois ainda o Bruno Silva que chega da LA Alumínios/LA Sport, um ciclista experiente, muito combativo, um ótimo trabalhador e que vai ser importante para o líder. Depois ainda o Rafael Silva, um sprinter que chega da Efapel, vai ser muito importante nesta equipe do grande Joaquim Andrade.
Por fim o grande destaque, Vicente Garcia De Mateos, chega do Louletano, e o Feirense consegue assim um líder para disputar a Volta a Portugal, um passo enorme para a equipe do Feirense. Continuam Gonçalo Amado, Fábio Oliveira, Bernardo Saavedra, António Ferreira e Afonso Eulálio, todos eles jovens, todos com resultados nas categorias de base, e são uma aposta da equipe de Santa Maria da Feira.
Saíram Rafael Reis, Oscar Pelegrí, Rafael Ferreira e Jesus Arozamena, Reis e Pelegri são duas saídas importantes, mas no todo, a equipa melhora e o mais importante é que garante um patrocinador que vem para ficar e que assegura continuidade do projeto. Equipe com muitas ambições para este ano, De Mateos permite ambicionar um dos primeiros lugares em muitas corridas, principalmente na Volta a Portugal.
Efapel
Chegamos então na equipe da Efapel, uma equipe que muda bastante. Perde o líder Joni Brandão, para a equipe rival, e depois disso acaba por renovar muito o elenco. Entram dois dos jovens mais promissores e com mais futuro do ciclismo português, o Fábio Costa e principalmente o André Domingues, ambos chegando da Kelly-Simoldes-UD Oliveirense, depois o Rafael Reis um dos melhores contra-relogistas portugueses que chega do Feirense, depois ainda o uruguaio Mauricio Moreira que já passou pela Caja Rural e chega da Vigo-Rias Baixas, uma equipe espanhola.
Depois mais um russo que vem para Portugal, no caso o Alexander Evtushenko, um ciclista que já foi Campeão Europeu de pista, na estrada é um contra-relogista de qualidade e anda bem na montanha, pela experiência e pela qualidade pode ser uma peça muito importante. Depois o espanhol Javier Moreno conhecido pelos anos que andou ao mais alto nível. E por fim a grande chegada, o Frederico Figueiredo, um dos melhores escaladores nacionais que chega do Tavira para substituir o Joni Brandão.
Tiago Antunes e Pedro Paulinho saíram para a Mortágua, Gerard Armillas para os argentinos Electro Hiper Europa, Cesar Fonte para a Kelly-Simoldes-UD Oliveirense, Tiago Machado foi para o Boavista, Sergio Paulinho reforçou a LA, Rafael Silva para a Feirense, Nicolas Saenz para a Cortizo e o Joni Brandão para a W52, foram as saídas desta equipe.
Muitas mudanças, equipemais jovem, com muitas alterações e que apenas Antônio Carvalho, Fábio Fernandes e Luis Mendonça foram os únicos que continuaram. Uma equipe que quer vencer a Volta a Portugal, que é o grande objetivo este ano com o Antonio Carvalho como líder com o apoio de Frederico Figueiredo. Equipe forte, mas este ano com muitas dúvidas sobre como vão conseguir brigar com a W52.
Kelly-Simoldes-UD Oliveirense
A equipe teve várias alterações, mas acabou mantendo o líder o Henrique Casimiro, mantendo assim as ambições para conseguir um novo Top 10 na Volta a Portugal. O outro nome importante que continua é o Luis Gomes, um puncher que foi um dos nomes em maior destaque em 2020 no ciclismo português. Seguem os mais novos, Helder Gonçalves, Guilherme Mota, José Sousa e o Pedro Miguel Lopes, entraram o João Salgado que chega de uma equipe que sempre forma jovens talentos, a JV Perfis-Gondomar Cultural, depois o Ricardo Machado da Seissa KTM Bikeseven e o nome mais conhecido, o Cesar Fonte que tem muita experiência e que vai assumir um grande protagonismo no apoio ao Henrique e os mais novos. Perderam o Fabio Costa e o André Domingues para a Efapel, Venceslau para o Feirense, Rafael Lourenço para o Tavira e principalmente o Pedro Jose Lopes que dá um passo atrás e vai para a histórica Sicasal.
LA Alumínios/LA Sport
A LA mantém a mesma estratégia de apostar num ciclista mais experiente. Ano passado foi o Bruno Silva, este ano vai ser o Sérgio Paulinho, ciclista que andou muitos anos no World Tour. Depois a única entrada além dessa foi a do Marcelo Salvador que chega do Tavira, e é mais um jovem de muito potencial.
Depois André Ramalho, Gonçalo Leaça, Marvin Scheulen, Carlos Salgueiro são dentro dos mais jovens os mais experientes, pois estes são de 1996 e 1999, ciclistas jovens mas já com alguma experiência. E os mais novos, João Macedo, Rodrigo Caixas, João Medeiros e Rafael Gouveia, ciclistas que nasceram depois de 2000. Muitos jovens de qualidade, equipe que sempre surpreende, que sempre tenta ganhar etapas e que de certeza vai ser novamente uma das equipes que mais vai animar tudo.
Louletano-Loulé Concelho
Os algarvios mudaram muito. Imensas mudanças contrariando os últimos anos em que a equipe tentou manter sempre uma base de ano para o outro. Este ano, dúvidas até ao final sobre o patrocinador, culminou com muitas saídas, como a de David De La Fuente, Jesus del Pino, André Evangelista, João Matias, e Nuno Meireles são os únicos que vão continuar. Entraram Rui Rodrigues que estava na Feirense, depois o Cesar Walls um Colombiano que chega da Team Medellin, depois o Pako Ochoa do Tavira, o Chileno Carlos Oyarzun que chega da equipe angolana BAI-Sicasal-Petro de Luanda. E ainda o Micael Isidoro do Tavira e Filipe Francisco, o único jovem que chega nesta equipe, depois o Argentino o Tomas Contte que se destacou muito na Vuelta a San Juan.
Por fim a grande chegada do venezuelano Roniel Campos que começou 2021 vencendo a Vuelta a Tachira batendo entre outros Oscar Sevilla, por isso grande expetativa para ver a Louletano na estrada, equipe que perdeu o De Mateos, o Daniel Dias, que apesar de jovem se aposentou da carreira, o russo Shilov saiu mas não tem equipe para 2021 ainda e Oscar Hernandez que estranhamente não tem equipe para 2021. Marcio Barbosa também esta sem equipe. Louletano com muitas mudanças, menos chances de lutar pela vitória na Volta a Portugal, mas muitas expetativas para se ver como esta equipe vai funcionar.
Rádio Popular/Boavista
Chegamos em uma outra equipe das mais históricas do ciclismo português e que sempre tenta lutar pelos primeiros lugares na Volta a Portugal e em outras corridas importantes.
Para este ano, a equipe pouco muda. Apenas entram o Daniel Freitas, que foi uma das surpresas da temporada na Volta a Portugal, e ainda o Tiago Machado que depois dos anos todos que passou no estrangeiro (estava na Efapel) e este ano regressa à equipe onde tudo começou.
Nas saídas duas surpresas: dois dos melhores escaladores nacionais, o David Rodrigues e o Daniel Silva que de forma estranha, nesta altura de já início da temporada, continuam sem equipe. No resto a equipe continua igual: João Benta, Luis Fernandes, Gonçalo Carvalho, como homens para as Gerais (GC), depois continuam nomes como o Alberto Gallego, Hugo Nunes, Vinício Rodrigues, Afonso Silva e o Pedro Silva.
Equipe muito forte, muita gente com chance de brilhar na média e alta montanha, muitos combativos e mais uma vez são uma das equipes mais fortes em Portugal. Ambição clara de um lugar no pódio e no Top 5 da próxima Volta a Portugal.
Tavfer-Measindot-Mortágua
Nesta equipe uma mudança a começar logo no nome, deixa de ser a Miranda-Mortágua e muda para dar a entrada de um novo patrocinador com ambições e que parece que vem para apostar forte no ciclismo.Uma equipa que vê um dos seus líderes acabar a carreira, o Hugo Sancho e o outro sair para o Boavista, o Daniel Freitas, além deles saem ainda o João Barbosa e o Artur Chaves, este último um jovem que não tem equipe ainda. Entram assim o Tiago Antunes um jovem ciclista de muita qualidade que chega da Efapel, para finalmente ter o papel de líder, Pedro Paulinho tentando relançar a carreira, ele que é um homem rápido e vai ter um papel importante nas chegadas em sprint, seja para lançar o Linarez, seja para ele próprio tentar vencer.
Depois chega ainda o Iuri Leitão da espanhola Super Froiz, que teve um grande ano na pista e conquistou o ouro no Scratch, a prata na Eliminação e o bronze no Omnium. Ele é um sprinter de muita qualidade e vai ser muito importante nesta equipe. Ainda temos o Francisco Morais que vai ter a primeira experiência numa equipa profissional, jovem que está fazendo a transição para profissional, chega da Sicasal.
Por fim, o Rui Carvalho um escalador que esteve nesta estrutura quando ainda se chamava a Anicolor, mas acabou suspenso por doping e regressou em 2019 no MTB. Agora ele regressa a uma estrutura que conhece e também à estrada. A equipe mantém o líder, o Joaquim Silva, ciclista conhecido e que já esteve no estrangeiro e que neste ano volta a ter a chance de mostrar tudo o que vale. Tem muita qualidade, mas não tem tido muita sorte. Além dele, Gaspar Gonçalves, Linarez, Pedro Pinto, Angel Sanchez e Ash Coning, completam o time.
A equipe que se reinventa, buscando melhorar e aposta na juventude. Viu dois nomes importantes saírem, mas ganham mais nomes de qualidade, por isso a equipe que tem tido boas participações ao longo dos anos e pode sonhar ainda mais com o tão desejado top10 na Volta a Portugal e até mais.
W52-FC Porto
Por fim a equipe que tem dominado o ciclismo nacional nos últimos anos. A equipe que mais venceu e que se reforçou ainda mais para continuar dominando. A W52 perde um dos líderes, um ex-vencedor da Grandíssima, Raul Alarcon e deve estar para conhecer o castigo em breve. Perde ainda Edgar Pinto que está suspenso preventivamente. Saíram ainda Tiago Ferreira e o Raul Rico, dois jovens que estão sem equipe. Mas mantiveram a base quase toda, ou seja o vencedor da última volta a Portugal, Amaro Antunes, o anterior João Rodrigues, mais Rui Vinhas, Caldeira, Francisco Campos, Jorge Magalhães, Daniel Mestre e José Mendes, já seria uma equipe muito forte, mas viu ainda entrar o José Neves e o Ricardo Vilela que chegam da Burgos, equipe Pro Team, com ciclistas de qualidade. Neves é um jovem ainda com muito potencial e o Vilela com muita experiência no estrangeiro.
Como se não bastasse, entrou ainda um dos melhores e mais fortes ciclistas portugueses, mesmo contando com os que estão no estrangeiro, falo do Joni Brandão que chega a equipe na busca de vencer a Volta de Portugal, carinhosamente chamada de ‘A Grandíssima’, onde ele que já levou 3 pódios, e segundos lugares, por isso esta mudança é o perceber que para vencer tem que vestir de azul e branco.
Por isso fica aqui apresentada cada uma das equipes continentais tugas, espero que gostem, espero que acompanhem o ciclismo tuga e acima de tudo, obrigado a quem está lendo, muita saúde e se cuidem. 😊
José Andrade é português de Santarém e torcedor do Sporting CP. Amante dos mais diversos e esquisitos