Já estamos na última semana da Vuelta da Espanha, faltando apenas 4 etapas pro final desta temporada maluca, do ano maluco de 2020. O ano que se conseguiu realizar quase todo o calendário de corridas em apenas 5 meses. Incluindo aqui Tour de France, Giro e Vuelta nesta ordem, foram realizadas com restrições impostas ao público e ao circo de prova em função da pandemia de COVID-19 o que fez perder muito do espetáculo, mas não necessariamente a emoção. Talvez por isso, cancelaram a Paris Roubaix. Mas os Belgas não podem ficar sem corrida de bicicletas e as ‘Clássicas da Primavera’ foram realizadas no Outono. Num país onde só existe a estação quente e muito quente, como o Brasil, isso não faria a menor diferença, mas na Europa faz. O clima é completamente diferente entre a primavera, mais luz e quente e o outono, mais escuro e frio.

E apesar de tudo, tivemos corridas terminadas no retrato, no abraço e até perdidas em cima da linha. Bromance? Tivemos também. Quedas? É melhor nem lembrar. Tivemos infelizmente as quedas de Remco Evenepol na Lombardia, de Julian Alaphilippe, o Lou Lou em Flandres, agora campeão mundial e a mais grave, a de Fabio Jakobsen no Tour da Polônia. Essa eu quase não consigo ver.

Para os amantes do ciclismo foi uma temporada e tanto. Hoje, mesmo faltando a apuração em 8 estados pra decidir a corrida eleitoral Americana, preferi ver o final da etapa 14 da Vuelta da Espanha. Me dei conta que sofro menos. O que faz realmente o mundo mudar? As eleições americanas? Uma corrida de bike? Ou o que fazemos todos os dias?

Com apenas 4 etapas para o final da Vuelta e consequentemente dessa mini, mas intensa temporada 2020, como nos States, ninguém sabe quem vai vencer. Roglic quer garantir o bicampeonato, quer continuar vestindo a Camisa Vermelha. Essa aliás que ‘nunca fará parte da nossa bandeira!’. Uma pena…mas eu ainda ri alto com o inglês Hugh Carthy, que após ganhar a etapa rainha no Angliru, achou que foi pouco ladeiras a 30%. Todo castigo parece pouco pro povo, digo pro ciclista. Precisa castigar mais quanto? Até o papagaio da Ana Maria não aguentou.

Mas como disse, ainda quero falar do Giro. Trump que não deixa. Não tinha falado ainda aqui no BikeBlz, mas twittei pacas a respeito! Não usa o Twitter? Em que país você vive? Só recebe notícia em grupo de zap do Tio do Pavê? Conheço um País inteiro governado em grupo do zap. Não viu os 15 dias do quase brasileiro João Almeida de Rosa? Você não veste rosa? Tá! E azul de nome Guerreiro? Sei…pois bem, os ciclistas portugueses foram recebidos pelo Presidente das terras do vinho do Porto. Como deve ser bom ter um presidente, não? E as meninas? Foi demais ver Van Der Breggen, Van Vleuten, Van Aert, Van der Poel…arrasaram nesse ano! 🙂 Ciclismo feminino vai bombar ano que vem!

Démare vence no photo finisher a Etapa 4 do Giro d’Italia

Mas vim aqui mesmo para falar do Giro. Não sei se você sabe, mas ganhou um ‘outsider’: o inglês Tao Geoghegan Hart. Apenas 25 anos. Veio pra ‘gregariar’, mas o chefe caiu quando a corrida nem tava valendo. Assassinaram? Não! Tá pensando que isso aqui é a Baixada Fluminense? Giro d’Italia, mané?! O garoto já fazia parte da equipe inglesa desde Londres 2012. Trabalho de base, conhece? Tirou até foto com os Belgas! Eu também tiraria. Já tirei com o De Gent, com os Belgas ia ser mole. Mas o garoto só vestiu a Rosa no último dia e como todo bom inglês foi comemorar no bar. É a primeira vez que isso acontece. Digo, de ganhar o Giro sem nunca ter vestido a Maglia Rosa. No bar ele não deve ir quase nunca. Eu vou sempre! Quer dizer, ía…

Ano que vem a temporada já começa desfalcada do Tour Down Under e do Tour da Califórnia, canceladas pelo Trump, digo…pela pandemia de Covid-19. Que no final dá quase a mesma coisa…

Vai ficar tudo pro final.
Faltou falar de quem? Do Sagan? Não vi.
Amore infinito.

Instagram