Este é um texto não-sério. Ou pelo menos não completamente. A idéia aqui é um resumo mais descontraído e não-técnico sobre o que vimos nas três primeiras etapas de Giro 2022. Um respiro e quem sabe, um leve sorriso (não estou prometendo nada) neste dia de descanso (para quem?).
A grande largada ou Gran Partenza como o inspiradíssimo e original departamento de marketing do Giro chamou, aconteceu na Hungria e tivemos três etapas bem divertidas. Bom, ao menos o final delas. Mas não reclame, se você estava em casa cochilando no sofá, os heróis da fuga Samuele Rivi (Eolo-Kometa), Mattia Bais e Filippo Tagliani (ambos Androni-DH) estavam sofrendo na fuga por mais de 300 quilômetros nos dias 1 e 3. Isso sem contar nos gloriosos comentaristas e narradores que fizeram a transmissão de ambas as etapas desde o quilômetro zero. Para vocês, guerreiros do microfone e da paciência, acabo de fazer um brinde com minha caneca de café.
Etapa 1 ou Fleche Wallone de baixo orçamento
A largada foi emocionante. Quase duas semanas após a Liege-Bastogne-Liege, a abstinência do fã de Ciclismo já era visível nas redes sociais. Se fosse uma crono de 290 quilômetros, acho que assistiríamos sem reclamar. O vício é um problema sério para o poder de julgamento. Mas se a primeira parte da corrida foi tranquila com uma dupla da Androni fazendo valer o convite da equipe de Gianni Savio, os quilômetros finais compensaram com uma subida explosiva, porém não tão seletiva. O que gerou uma porradaria franca e aberta entre vários tipos de ciclistas. Para matar do coração todos os (bons) apostadores do mundo, que colocaram dinheiro na vitória de Mathieu Van der Poel (Alpecin-Fenix), Lawrence Naesen (AG2R) atacou de longe e depois foi ultrapassado por Lennard Kamna (Bora-Hansgrohe) numa arrancada que dava a impressão de surpreender o pelotão. Mas para provar que alegria de peba dura pouco, os grandes nomes passaram voando e Girmay (Intermarché) foi o melhor dos humanos, logo atrás de Van der Poel que está na categoria BESTA ENJAULADA.
Caleb Ewan (Lotto) surpreendeu chegando junto no fim da subida, mas manteve a tradição iniciada no Tour do ano passado e caiu a poucos metros da linha. Entre os favoritos à Classificação Geral, Carapaz (Ineos) chegou no mesmo grupo do vencedor e João Almeida (UAE) chegou 4 segundos atrás, nada demais, mas que para alguns dos torcedores portugueses foi uma tragédia.
A grande descoberta de Simon Yates
A segunda etapa foi um contrarrelógio individual tão curto quanto os cabelos de um careca. Apenas 9 quilômetros com uma subida ingrata para estar em bike de crono. Tão rápida quanto ir na padaria buscar pão e Ivan Sosa (Movistar) conseguiu perder 1 minuto e meio sem sequer levar um tombo ou ter um problema mecânico. Isso por que ele declarou à TV Alemã que estava pronto para liderar o time na Classificação Geral. Imagina se não estivesse…
A grande surpresa foi Tom Dumoulin (Jumbo-Visma) perder para Simon Yates (Bike Exchange) e Mathieu Van der Poel. E, claro, Mikel Landa (Bahrain) seguir com chances de vitória depois da etapa. Mas se Van der Poel é um fora de série, talvez o fator determinante tenha vindo de um aprendizado de Simon Yates, que perguntado sobre a estratégia na etapa, declarou: “Apenas tentei ir o mais rápido que pude”. Esse é literalmente o objetivo ao correr contra o relógio, mas se ele não sabia antes, faz todo sentido que melhore após descobrir.
Cavendish vence, Girmay sprinta como Sagan e Van der Poel finge que não é fominha
A despedida da Hungria foi uma bela etapa para o Dia das Mães. Um começo e meio tão entediantes que ninguém deu muita atenção e foi passar tempo com a genitora. O final também não deixou muitas dúvidas, a combinação Cavendish + Morkov ´é uma arma quase imbatível da Quickstep para vencer nas etapas planas deste Giro. Novamente, Biniam Girmay surpreendeu e fez um belo sprint como Peter Sagan nos melhores tempos: fica sem equipe, segue a roda de outro sprinter, mostra ter força pra vencer, mas acaba encaixotado. Um clássico do Eslovaco, agora com a revelação da Eritréia. Novos tempos.
Van der Poel, o líder da corrida, poderia disputar a vitória pelo terceiro dia seguido, mas embalou o colega de equipe Jakub Mareczko para um glorioso 5º lugar. Provavelmente a primeira e última vez neste Giro.
Resta saber se um dos dois vai até o fim ou se ambos abandonam. Para desgosto de Eddy Merckx.
Por enquanto é só. Um divertido início de Giro, mas também um retorno necessário à pátria original. Se as etapas seguintes na Terra da Bota serão um chute nas pretensões de alguns ou um “Bota Lume” sem fim, saberemos em breve. No próximo dia de descanso, volto com mais análises cínicas e desprovidas de qualquer compromisso se vocês curtirem e compartilharem ou se o Mikel Landa vestir a Camisa Rosa.
Não esperem de pé.
#TacoGiro BikeBlz
Com programas transmitidos AO VIVO todo Domingo às 18hs, com participação de Junimba, Allan Almeida, Adriana Nogueira, Edwin Contreras e convidados, nos nossos canais no Twitter, Youtube, Twitch e Facebook, nós aqui do BikeBlz vamos cobrir o Giro d’Italia em programas especias com participação da equipe do site.
Directv Go/Sky Brasil
Depois de quase duas décadas na ESPN, a transmissão oficial do Giro d’Italia para o Brasil, será feita este ano pelo novo canal de assinatura streaming Directv Go, com a narração de Sidney White e comentários de Leandro Bittar. Será bonito de ver. Requer assinatura.
RAI Internacional
Canal Italiano presente em diversos pacotes de TV por assinatura no Brasil, a RAI faz a transmissão da prova há anos e na língua local.
GCN+
GCN+ é um pacote de assinatura exclusivo de ciclismo, com transmissão do canal Eurosport (disponível apenas em inglês, francês, alemão e italiano). Corridas ao vivo ou por demanda de todas as provas do calendário. Tanto as provas masculinas, quanto as femininas, incluindo a temporada de Cyclocross. As provas têm transmissão geralmente de dois ex-ciclista profissionais: o excelente Sean Kelly (9X campeão de Clássicas Monumento, vencedor da Vuelta a España de 1988 e várias vitórias no Giro di Lombardia, Milan-San Remo, Paris-Roubaix e Liège-Bastogne- Liège) e Brian Smith. Algumas provas recebem também a excelente comentarista holandesa, José Been. Para ver as provas no Brasil é necessário instalar um VPN no navegador/browser, para simular um IP, destravando assim o bloqueio de geolocalização. Não é necessário fazer a assinatura do VPN. A sua versão gratuita atende bem.
Tiz-Cycling
Tiz-Cycling é um site pirata que transmite ilegalmente e de graça o sinal de todas as provas de ciclismo do mundo. As Grandes Voltas (GTs), os campeonatos nacionais, as Clássicas Belgas, Paris-Roubaix, ciclismo feminino, cyclocross. Tudo! Veja a nossa ENTREVISTA EXCLUSIVA com 10 perguntas para o canal Tiz Cycling. Descobrimos que além de norte-coreano, apenas 3 pessoas são responsáveis pelo site. Todos malucos por ciclismo. Só pode.
Horário da corrida
Horário local: 11:30h – 18h
Brasília: 6:30h – 13h
Cadê o Glamour, galera? 😴☕️#GironoDSports #Giro #Giro105 pic.twitter.com/2lM29PuNqF
— Leandro Bittar (@ltbittar) May 5, 2022
Start list
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Sinceramente não. O site BikeBlz recomenda a todos os seus seguidores que comprem os seus devidos pacotes de TV a Cabo ou assine um serviço de streaming disponível, principalmente para garantir a qualidade da transmissão, sem travamentos, imagens em HD e possibilidade de ver as provas quando você bem entender. Mas todos sabem que assistir ciclismo é uma tarefa por vezes hercúlea. Não passa em todo lugar, é difícil acompanhar…não é fácil.
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