Nove segundos. Demi Vollering (SD Worx) estava a apenas nove segundos de vencer a La Vuelta Feminina no topo do Lagos de Covadonga, ao derrubar a líder da corrida Annemiek van Vleuten (Movistar) com mais de 5 quilômetros para percorrer e conseguiu chegar ao cume da icônica subida asturiana na vitória, 56” à frente da sua rival. A ciclista da Movistar Team, no entanto, empregou uma quantidade extraordinária de sofrimento para defender sua liderança e levar a Camisa Vermelha para casa. A terceira vencedora geral e vencedora do QOM (Rainha da Montanha) foi Gaia Realini (Trek-Segafredo), que fez companhia a Vollering durante a maior parte da subida até os Lagos de Covadonga e foi a segunda em seu cume. Que final emocionante para uma emocionante primeira edição da La Vuelta Femenina do Carrefour.es.

127 ciclistas largaram para a 7ª etapa da Volta Feminina, que percorreu 93,7 quilômetros entre Pola de Siero e Lagos de Covadonga. Um DNS: Josie Nelson da Coop-Hitec. Com 9 quilômetros de corrida, Gladys Verhulst (FDJ-SUEZ), Kathrin Hammes (EF Education-Tibco-SVB) e Margot Pompanon (St Michel-Mavic-Auber93) conseguiram se livrar do grupo. Anna Kiesenhofer (Israel PremierTech – Roland) partiu em busca do trio da frente, mas não conseguiu alcançar. De qualquer forma, o trio da frente não teve muita margem de manobra, pois foi alcançado no quilômetro 36, bem na base da subida para La Collada Moandi (cat 2, km 48,5), pelo ritmo feroz da Trek-Segafredo.

Pela forma como a Vuelta Femenina se saiu no final da terceira etapa, na qual perdi algum tempo por causa da vitória, não esperava estar lá em cima no GC, apesar de ser esse o nosso objetivo inicial. Nunca deixamos de acreditar como equipe e estou muito feliz com isso. Os Lagos de Covadonga fizeram-me pensar no Passo Lanciano, uma subida perto de casa onde treino e faço os meus testes de performance. Eu me diverti muito: é uma bela subida! Tive a oportunidade de vencer a etapa, mas no último quilômetro o cansaço bateu. Estou muito feliz que minha equipe tenha me protegido até a última subida e estou muito agradecida a eles. Daqui para frente só quero melhorar. Isso é só o começo… E estou muito feliz.” – Gaia Realini

SD Worx na ofensiva

SD Worx substituiu a Trek-Segafredo no comando do grupo, reduzindo-o para apenas 15 ciclistas no topo da primeira subida do dia. Após a descida, a 38 quilómetros do fim, Kasia Niewiadoma (Canyon//SRAM) atacou e rapidamente se juntou a Marlen Reusser (SD Worx) para estabelecer uma dupla de fuga na frente. Elas construíram uma lacuna bem acima de um minuto, mas o grupo estava longe de estar nervoso, pois esperou que um grupo de 20 ciclistas recuperasse o contato. A líder na GC, Annemiek van Vleuten, encontrou-se com cinco companheiras da Movistar para se proteger, e com uma pequena ajuda da Jumbo-Visma elas trouxeram de volta a dupla da frente com 16 quilômetros para a meta. Marianne Vos (Jumbo-Visma) liderou o grupo por Cangas de Onis (IS, km 71,2) para garantir a sua Camisa Verde como vencedora da Classificação por Pontos.

Toda a equipe lutou muito pela vitória porque tínhamos algo a compensar depois da etapa de ontem. Estou muito feliz por ter vencido aqui hoje. Duas vitórias em etapas são muito boas, e foi difícil para o GC também. É uma pena não ter conseguido lutar com os melhores ontem, porque poderia ter vencido o GC. Hoje provamos nosso valor e estou muito feliz com nosso desempenho.” – Demi Vollering

Annemiek van Vleuten ergue o troféu de Campeã da Vuelta Feminina 2023

Tota voou!

A Brasileira Tota Magalhães (Bizkaia-Durango) terminou a sua segunda participação na Vuelta da Espanha Feminina figurando na fuga na Etapa 4, atacando solo e fazendo careta para câmera, ajudando o time Bizkaia-Durango e como se ainda não fosse pouco, deixando a Campeã Olímpica e ex-companheira de time, Anna Kiesenhofer (Israel PremierTech – Roland) para trás por alguns quilômetros. Na etapa de ontem, ela já havia subido 3 posições na GC e terminou esta Vuelta após o fim da competição na 81ª colocação, com 1h07m atrás da campeã da corrida, Annemiek van Vleuten. A participação da Brasileira na competição atiçou a torcida que inundou as redes sociais da atleta e do time com mensagens de incentivos. 

#REPLAY da fuga solo da @totamagalhaes na etapa de ontem na #LaVueltaFemenina mostrando seu talento para o mundo! pic.twitter.com/rnPlG88hSA

— BikeBlz (@BikeBlz) May 5, 2023

Tudo em jogo na subida aos Lagos de Covadonga

Estava tudo acertado para que os Lagos de Covadonga (HC, Cima Estela Domínguez, km 93,7) fossem a decisão da prova. Liane Lippert (Movistar) liderou o grupo na subida com Niamh Fisher-Black (SD Worx) assumindo rapidamente o comando para preparar o ataque de sua companheira de equipe Demi Vollering, que acelerou o motor algumas vezes antes de finalmente decolar a 8 quilômetros do fim. Gaia Realini (Trek-Segafredo), Évita Muzic (FDJ-SUEZ) e Van Vleuten conseguiram seguir sua roda. A ciclista francesa caiu a 7 quilômetros do fim, enquanto uma aceleração de Realini fez Van Vleuten perder terreno faltando 5,3 quilômetros para subir. O duelo foi intenso, com a diferença aumentando segundo a segundo até o topo da subida final. Uma descida emocionante na pequena seção de downhill no quilômetro final viu Vollering se livrar de Realini para reivindicar a vitória da etapa, enquanto Van Vleuten conseguiu manter a Camisa Vermelha por apenas nove segundos e vence pelo terceiro ano consecutivo a La Vuelta Feminina. Deus salve a Rainha!

Eu me sinto super feliz e super cansada. É inacreditável. Lutei até o fim, sabendo que não tinha minhas melhores pernas desde o início. Talvez eu estivesse pagando pelo esforço de ontem… Mas nunca desisti. Continuei forçando, sabendo que meus rivais também estavam ficando cansados. Foi um trabalho de equipe incrível novamente hoje. Esta Vuelta é uma vitória para a Movistar Team como um todo.” – Annemiek van Vleuten

Pódio final na La Vuelta Feminina com Annemiek van Vleuten, Demi Vollering e Gaia Realini

Fonte: La Vuelta Feminina
Fotos: ASO

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— BikeBlz (@BikeBlz) May 7, 2023

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