Há alguns dias, o pequeno mundo do Ciclismo no Twitter recebeu a triste notícia de que perdemos um amigo. Como em outras perdas, mesmo em circunstâncias diferentes, a tristeza é inevitável. Mas, deixando um pouco de lado a dor do adeus, gostaria de celebrar a vida de todos aqueles que também amaram as bicicletas e compartilharam conosco momentos e idéias.
Dizer que viver é como andar de bicicleta já é um clichê. Mas não é por ser clichê que deixa de ser real. Para além da frase de que “é preciso estar em movimento para manter o equilíbrio” há outros temas que se relacionam entre a viagem pela vida e as viagens sobre duas rodas.
Saímos do ponto inicial com uma vaga idéia da duração e distância a ser percorrida mas isso é tudo que sabemos e pode ser totalmente diferente da expectativa. Todos encontram dificuldades e elas podem ser das mais variadas: o vento, sol, escaladas, descidas, chuva, buracos, pedras…
Apesar disso, de alguma forma, superamos as dificuldades e a nós mesmos. Enxergamos belezas nos obstáculos e tristezas nos trechos de alívio. E seguimos encontrando e conhecendo pessoas pelo caminho. Às vezes, amizades se formam e em outras, rivalidades. Por longos períodos ou algumas vezes até bem breves, mas sempre deixamos algo no outro e recebemos um pouco em troca. Essa é a beleza da vida e da bicicleta: não só existir, mas co-existir. Vivo e aprendo porque não estou só no mundo, mas cercado de outras pessoas, ideias, personalidades. E todos fazem parte de quem somos ou nos tornaremos.
Eventualmente, chegaremos ao fim da viagem. Mais curta ou mais longa, não importa. Cada uma delas é importante. Deixamos histórias e rastros em lugares que nem podemos imaginar. Mas estão lá e são parte inegável do legado de cada um.
Para aqueles que foram pedalar em outros lugares, só deixo o meu muito obrigado, boa viagem e até breve. Que continuem brilhando onde quer que estejam.
Para David Ortega, Erika Salum, Marina Harkot e tantos outros… — “Shine on, you crazy Diamonds”
Foto: Nuno Ricardo e Aditya Wardhana de Unsplash
