A Bastilha caiu um dia mais cedo no Tour de France 2022. A Jumbo-Visma implodiu o pelotão no dia da tríade final do Col du Telegraphe, Galibier e Col du Granon. Uma trilogia colossal de montanhas para ninguém por defeito e onde aconteceu de tudo um pouco. Uma fuga numerosa, um ataque coletivo e uma disputa mano-a-mano como nos heróicos tempos do Ciclismo de Grandes Voltas. Tadej Pogacar (UAE) pela primeira vez sofreu um duro revés e perdeu a Camisa Amarela. Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma) teve toda a força de sua equipe para pôr o rival sob pressão e tirar proveito disso. Velhos nomes como Bardet (Team DSM) e Nairo Quintana (Arkea-Samsic) também subiram bem na Geral. Uma clássica etapa alpina com ingredientes explosivos que tem tudo para ficar na memória de quem assistiu.

O início do dia já com uma fuga estelar e o destino dos escapados

Já de largada tivemos um ataque duplo de Wout Van Aert (Jumbo-Visma) e Mathieu Van der Poel (Alpecin-Deceuninck). Sim, os arquirrivais juntos já sinalizavam que este seria um dia memorável. Mais 18 ciclistas acabaram juntando-se a eles e um grupo de 20 atletas escaparam ao pelotão e chegaram a ter uma vantagem de 7 minutos. Deste grupo, apenas Warren Barguil (Arkea-Samsic) sobreviveu para chegar com vantagem ao Col du Granon. Van Aert esperou os colegas de equipe para trabalhar para o líder Jonas Vingegaard na disputa pela Classificação Geral. Van der Poel ainda sentiu o esforço e a dureza do dia e abandonou o Tour de France. A fuga, apesar de grande e repleta de atletas fortes, não teve a menor chance. O dia era de batalha pelo título geral.

O Lacets de Montvernier foi um espetáculo à parte

“Jumboscada”: a emboscada de Roglic e Vingegaard a Pogacar

O dia 14 de julho é Feriado Nacional na França, em homenagem ao marco histórico da queda da Bastilha. Mas a Jumbo-Visma tinha planos de antecipar o feriado ou criar um novo nesta quarta-feira, dia 13. O dia que ficará conhecido como a “Queda de Tadej Pogacar”. Depois de dias de pressão sob o Esloveno e seu time, a UAE, a Jumbo acelerou a 69 quilômetros com todo o time e começou uma batalha inesquecível entre Pogacar e Jumbo. Se o rival é um dos melhores de todos os tempos mas está isolado, o velho princípio do esforço coletivo é a única solução para atacar este rival. E tendo dois líderes com Primoz Roglic e Jonas Vingegaard, eles poderiam alternar-se em ataques fazendo Tadej ter de buscar ambos sozinho.

A 61 quilômetros do fim, Tiesj Benoot e Roglic atacaram antes do fim do Col du Telegraph, para descer em direção ao Galibier à frente. Pogacar fechou o gap. Alguns quilômetros depois, foi a vez de Vingegaard. Ataca, segue Pogacar. E Roglic novamente, Pogacar busca e logo após, tenta lançar seu ataque, fechado por Primoz. Novamente, Jonas Vingegaard, depois Primoz, depois Jonas outra vez. Como uma luta de boxe, um soco de direita e outro de esquerda, o rival, Tadej, defende, mas vai se cansando. Com eles, nesta altura, apenas Geraint Thomas (Ineos Grenadiers). Marc Soler (UAE) há pouco mais de 50 quilômetros do fim, saltou do pelotão que vinha 1 minuto atrás dos líderes da Classificação Geral e juntou-se ao grupo para defender a Camisa Amarela de Tadej Pogacar.

Pogacar sofreu a pressão da Jumbo-Visma

O pelotão se reagrupa e outro ataque de Primoz Roglic. O Esloveno da UAE novamente marca e tenta contra-atacar. Jonas o marca e logo Nairo Quintana, Bardet Thomas  se juntam a eles. Pouco depois, a Jumbo conseguiu colocar 5 atletas neste grupo: Benoot, Kuss, Kruisjwick, Roglic e Vingegaard. Pogacar e os outros líderes iam isolados. A missão das abelhas da Jumbo era quebrar o Canibal Esloveno. A 48 quilômetros do fim, Pogacar tenta se antecipar e ataca duas vezes, Vingegaard o segue e Roglic e Quintana ficam para trás. O ritmo acaba caindo e Bardet os alcança e ataca perto do topo do Galibier. Eles o alcançam na descida e Thomas fecha o quarteto se juntando a eles. Restava a descida e o mítico Col du Granon, onde em 1986, Bernard Hinault perdeu a Camisa Amarela para nunca mais reconquistá-la de Greg LeMond. O Granon é uma montanha destinada a batalhas míticas.

A descida foi longa e alguns atletas voltaram à frente de prova. Wout Van Aert que sobrou da fuga para trabalhar para o time, fez o grupo de Roglic e David Gaudu (FDJ) se juntar ao grupo Pogacar e Vingegaard. Mas não sem darem outro susto ao líder: quando alcançaram o grupo dos líderes, passaram direto, forçando novamente a Pogacar fechar a diferença sozinho.

A etapa contou com uma tríade de respeito: Col du Telegraphe, Galibier e Col du Granon

O Golpe final e Pogacar vai à lona pela primeira vez

A última escalada do dia era o Granon, que consiste de 11,4kms a 9,1% e tem seu topo a 2.400m de altitude. Altíssima montanha. E depois de milhares de metros já escalados e numerosos ataques. O grande desfecho do dia veria uma reviravolta até então inesperada. Warren Barguil seguia escapado com alguns minutos de vantagem, brigando pela vitória do dia. Seu companheiro de equipe, Nairo Quintana, atacou e nos deu um vislumbre dos seus melhores anos, em que lutou pelo título do Tour e venceu duas grandes voltas. Quintana abriu um minuto de vantagem do grupo de Tadej e Jonas. O Dinamarquês da Jumbo seguia o trabalho de Rafal Majka (UAE) que depois de reconectar ao grupo, trabalhava para seu líder, mas nos últimos 5 quilômetros, Romain Bardet também atacou e não houve resposta de Majka e Pogacar. Percebendo o momento, Jonas Vingegaard, que de todos, era quem fazia os ataques mais violentos na etapa, lançou mais uma aceleração poderosa e finalmente o elástico que unia Tadej e Jonas se rompeu. O Esloveno ficou para trás e Vingegaard começou a abrir vantagem. De repente, naqueles poucos quilômetros finais, presenciamos a primeira grave crise do bicampeão do Tour. Em poucos quilômetros, ele cedeu quase 3 minutos para o rival da Jumbo, que subiu como uma moto, capturando um por um dos que estavam à frente e venceu no topo da montanha com 1 minuto de vantagem para o segundo lugar, Nairo QuintanaBardet terminou em terceiro, 10 segundos após o Colombiano e Gaudu, Thomas Yates ainda ultrapassaram Pogacar,  que terminou em 7º. O ciclista da UAE perdeu a liderança e caiu para terceiro lugar na Classificação Geral. Bardet o ultrapassou e tornou-se o 2º, atrás apenas de Vingegaard que era o novo líder.

Os fãs mais uma vez foram um espetáculo à parte nesta etapa

Novamente, referenciando ao boxe, foi como se o golpe de Vingegaard levasse Pogi ao chão. E a contagem para nocaute abriu. 5, 10, 30, 40 segundos, 1 minuto, 2 minutos e parou. 2m51s foram a diferença entre os dois. Foi, certamente, o golpe mais duro que ele já sofreu nestes 3 anos em que está no World Tour. Se isso significa o começo do fim para ele neste Tour de France ou se foi apenas um mal round, saberemos em breve. Jonas e Jumbo venceram este, mas logo vem outro e no Alpe d’Huez, não há como se esconder. O Tour pode ser definido ainda nesta segunda semana. Mas existem sempre possíveis armadilhas até Paris. Pega fogo, a batalha! Habemus Tour!

Hastags da prova:#TDF2022#BikeBlz
Foto: ASO/Pauline Ballet, Charly Lopez, Aurélian Viallate


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Quinta, 14.07.2022

ETAPA 12

BRIANÇON>ALPE D’HUEZ
165,1 km / Alta montanha (4660 m)

Há uma piscadela para a história aqui, bem como o desejo de fechar a Batalha dos Alpes em uma rota feita sob medida para os melhores alpinistas. É uma réplica exata da etapa Briançon-Alpe d’Huez de 1986, com a subida do Galibier mais uma vez no programa, seguida da subida do Col de la Croix de Fer, antes de enfrentar os 21 ganchos que levam a Estância de Isère. Ele fornecerá uma avaliação intermediária da situação.

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Com programas transmitidos AO VIVO todo Domingo às 18hs, com participação de Junimba, Allan Almeida, Adriana Nogueira, Edwin Contreras e convidados, nos nossos canais no Twitter, Youtube, Twitch e Facebook, nós aqui do BikeBlz vamos cobrir o Tour de France em programas especias com participação da equipe do site.

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