A etapa de hoje coroou o Polônes Rafal Majka (UAE) com uma vitória escapada depois de 87 km pedalando sozinho. Majka é o chamado ‘Gregário de Luxo’. Aquele que pedala, se sacrifica e é pago para proteger o capitão de sua equipe, como bem contou aqui outro dia o Allan. Com 31 anos, Majka participou da sua primeira competição aos 15 anos e já fez 19 participações em Grandes Voltas. A sua última vitória tinha sido em Sierra de La Pandera, na Vuelta de 2017.
Vencedor o Tour do seu país em 2014, ele ficou com a Medalha de Bronze nas Olimpíadas da Rio 2016, foi duas vezes Rei da Montanha no Tour de France, venceu o Tour da Eslovênia em 2017 e também já fez pódio na Tirreno-Adriático e na Il Lombardia. Majka é um vencedor. Se trabalhasse em uma empresa, estaria sempre emplacando a sua foto no quadrinho de funcionário do mês. Pontual, comprometido, confiável e forte. Os colegas não viveriam sem ele.
Hoje com quatro passagens pelas montanhas de Ávila, o Polonês atacou logo na primeira e depois disso ninguém mais viu o número do seu dorsal até ele cruzar com quase um minuto e meio à frente de Steven Kruijswijk (Jumbo-Visma) que chegou em segundo e de Chris Hamilton (DSM) que fechou o pódio.
O grupo de favoritos chegou com quase 3 minutos atrás de Majka, com Simon Yates (Ineos Grenadiers) ligeiramente à frente. O norueguês Eiking (Intermarché) segue com a Camisa Vermelha, mas é seguido de perto na Geral por Guillaume Martin (Cofidis) com 54”, Primoz Roglic (Jumbo-Visma) com 1’36” e Enric Mas (Movistar) com 2’11”.
Como foi a corrida
A largada em Navalmoral de la Mata, em Cáceres, contou com muitas tentativas de fuga, que não foram muito eficientes. Vencedores de etapas como Bardet, Caruso, Cort Nielsen tentaram, mas o pelotão não estava disposto a permitir alegrias pelo caminho até a Sierra de Ávila. Na primeira hora, o pelotão voou com 50 km/h de média.
Mas chegada a primeira escalada, Fábio Aru (Qhubeka NextHash) e Majka se desgarraram, mas o Polonês tinha planos ambiciosos e deixou o italiano logo para trás para seguir sozinho escalando as montanhas do dia. O grupo de favoritos já estava determinado a deixar a etapa para a fuga e preferiu reservar suas forças para os dias duros da semana que vem.
Chegar ao El Barraco impõe um respeito especial. A população de apenas 2000 habitantes é sinônimo de ciclismo, graças ao trabalho da Fundação Escola de Ciclismo de Víctor Sastre que recruta jovens da região para a prática do esporte e onde ressoam os nomes de Carlos Sastre, vencedor do Tour de 2008, Ángel Arroyo, Chava Jiménez entre outros. Todos eles especialistas em escaladas.
Majka, também um especialista das grandes montanhas, dedicou a sua vitória ao seu pai, que foi o seu grande incentivador e que faleceu há 4 meses atrás. Na linha de chegada, Majka comentou o seu feito:
Estava claro que o melhor era chegar sozinho e eu sabia que se começasse com um bom ritmo chegaria. Na apresentação eles me deixaram sair na fuga, me juntei ao Aru e depois ataquei para pegar o meu ritmo. Eu sabia que ia ganhar, então fiquei mais calmo sozinho. O percurso foi difícil, mas adequado para mim ”
Amanhã é dia do segundo e último descanso da Vuelta antes de entrar na terceira e derradeira semana que promete ser a mais dura até aqui e que irá decidir quem conseguirá chegar de vermelho em Santiago de Compostela.
Próxima Etapa 16
Terça, 31.08.2021
Laredo > Santa Cruz de Bezana
180 km – Plano
Última etapa livre para os velocistas na Vuelta 21. A prova decorrerá num território semelhante ao da etapa entre Castro Urdiales e Suances, na edição 2020 da prova. Desta vez, no entanto, o vencedor será decidido em uma corrida em massa até a linha de chegada.
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Você pode ouvir e seguir a corrida com a gente via Twitter Spaces no nosso #REVIRAVUELTA. Diariamente, a partir das 12:15h (Brasília), 16:15h (Lisboa) ou 17:15h (CET), você acompanha os quilômetros finais do dia com um breve bate-papo pós-etapa, trazendo o melhor do que rolou. O programa que é como uma sala de áudio onde todo mundo pode entrar para ouvir e conta com a narração e moderação do Junimba Simões e as análises do Allan Almeida pelo BikeBlz e ainda do Davide Gomes e do Tiago Ferreira do Portuguese Cycling Magazine, sempre em bom e claro português do mundo. Confira!
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