Por meio de pesquisas, novos materiais sintéticos estão sendo desenvolvidos e alguns são já mais fortes do que os metais que usamos durante séculos. A fibra de carbono por exemplo, usada na fabricação de muitas bikes é apenas umas destas invenções.

Mas uma fibra sintética inventada nas últimas décadas chama atenção e está sendo implementada em muitos equipamentos de proteção e diversas outras áreas conhecida pelo nome de Dyneema. De uniformes de proteção militar como coletes, capacetes e tanques, cordas náuticas, equipamentos de engenharia e também em uniformes de ciclismo, essa fibra sintética é muito resistente e principalmente muito leve.

Ontem na queda do Marc Hirschi do time Sunweb durante a etapa 18 do Tour de France 2020, ele desliza no asfalto após uma queda, segundo ele devido ao uso de novos pneus, e seu uniforme praticamente não abre e ele não tem quaquer escorição na lateral da coxa. O que há alguns anos atrás poderia resultar em uma queimadura daquela de arder no banho, com a utilização dessa nova tecnologia na fabricação fibras téxteis, é possível preservar o atleta e preveni-lo de escoriações e machucados mais graves. Hirschi acabou completando a prova em 13º colocado.

O que é a Dyneema?

Inventada pela indústria de compostos químicos DSM, um bloco de Dyneema é 15 vezes mais forte do que um bloco de aço, mas não é só sua resistência que chama atenção. A Dyneema é também uma fibra leve e moldável, capaz de resistir até mesmo a explosões e condições climáticas extremas. Outras fibras semelhantes possuem tais características, como o Kevlar, mas a Dyneema é tida e registrada como a fibra mais forte do mundo e até jeans com Dyneema já são fabricados para atender ao mercado de motociclistas.

Uso no ciclismo

No ciclismo ele já é incorporado com sucesso em sapatilhas, como os sapatos S-Works Exos da Specialized, e em outros equipamentos para o ar livre, como mochilas, linha de pesca e cordas de escalada.

O time Sunweb já usa Dyneema em seus unifomes há pelo menos 5 anos, como mostra essa propaganda com ciclista alemão, John Degenkolb, atualmente na Lotto–Soudal. Mas esse ano a parceria e o aprimoramento do uniforme parece ter chegado a um estágio avançado e promissor.

Pela primeira vez as jerseys são fabricadas também com esta tecnologia em partes dos ombros e costas dos uniformes, o que significa que estas áreas possuem proteção extra capaz de fazer com que o uniforme e principalmente a pele do ciclista não seja atingida quando o piloto bate e escorrega. Evitando portanto machucados. É feita para funcionar em conjunto com uma sobre-pele, a chamada ‘aerolight jersey’. E o material ajuda a reduzir o risco de ferimentos e a resistir a abrasões em velocidades de até 60 km/h.

O ciclista Nicolas Roche do time Sunweb em uma entrevista, fala das qualidades do uniforme e comenta ainda que os atletas também participaram do desenvolvimento do produto.

A longa parceria com a DSM, inventora da Dyneema, mostra-se portanto um grande avanço no desenvolvimento de novas aplicações para a proteção extra dos atletas. O kit oficial completo da equipe já é vendido inclusive no site da Sunweb.

E para os pobres mortais? Tem?

Para você que gostaria também de evitar uns arranhõeszinhos no pedal de sábado, já existem sim kits de ciclismo utilizando a tecnologia Dyneema, mas como quase tudo que é novo em termos de tecnologia, custa caro.

Hoje marcas como Santini, Craft, Spiuk já possuem uniformes fabricados com Dyneema, então acho que não vai ter jeito, o seu próximo uniforme vai ser com fibras de Dyneema. Ninguém gosta de se machucar.

Capa: Divulgação Team Sunweb/DSM

Instagram