O título dispensa explicações. Novamente, o maior sprinter de todos os tempos vence no Tour 2021. O britânico da Deceuninck-Quickstep engatou a terceira, aumentou a sua vantagem na Camisa Verde e agora está há apenas uma etapa de igualar o recorde de Eddy Merckx.
O dia seguinte ao primeiro dia de descanso do Tour de France foi ainda em ritmo lento. Ao menos por boa parte. Depois da frenética primeira semana, o pelotão controlou a fuga de maneira que apenas dois ciclistas escaparam: Tosh van der sande (Lotto Soudal) e Hugo Houle (Astana).
Os dois ciclistas rodaram na frente por dezenas de quilômetros enquanto o pelotão seguia atrás em ritmo tranquilo. Já nos 50 Km finais, a fuga perdia terreno lentamente até que Tosh van der Sande desistiu da fuga há 38 quilômetros da chegada e Hugo Houle foi capturado 2 km depois.
O ritmo aumentou devido a um forte vento cruzado no mesmo tempo que Colbrelli (Bahrain Victorious) teve um furo de pneu. O campeão italiano trocou a bike e desesperadamente tentou alcançar o pelotão, o que só aconteceu há 27 km do fim.
A partir de então, o vento começou a soprar forte e a Deceuninck-Quickstep, que esteve à frente da corrida durante boa parte do dia, aumentou a velocidade com o Campeão Mundial Julian Alaphilippe (Deceuninck-Quickstep). Outras equipes, como a EF Nippo, time de Rigoberto Uran, também ajudaram. Um dos momentos em que a briga pelas colocações no pódio e top 10 se confunde pela briga da etapa.
O pelotão começou a quebrar e diversos grupos se formaram, a corrida ficou frenética por cerca de 20 Km, em determinado momento, o Camisa Amarela Tadej Pogačar (UAE) ficou preso em um segundo grupo, mas conseguiu retornar à frente de prova com ajuda do time e puxando um pouco à frente do segundo pelotão.
Há 7 kms da chegada, os times se reuniram na frente e a disputa pela formação dos trens de embalada intensificou. Mas, como não podia ser diferente, a Quickstep, que comandou o grupo por todo o dia, novamente foi perfeita. Os últimos 3 Km eram em um largo Boulevard e nestas condições, a experiência do time Belga é imbatível.
Morkov novamente foi o último embalador e Cavendish abriu a vantagem necessária na arrancada final pra segurar os rivais, hoje com a presença de Wout Van Aert (Jumbo-Visma), que já não tem ambições de vestir a Camisa Amarela.
Dias atrás, quando perguntado se estava na forma de sua vida, Mark Cavendish deu a seguinte resposta: “Eu não estou na forma da minha vida, estou no time da minha vida. Eu nunca deveria ter saído da Quickstep.”
E talvez seja uma verdade absoluta. Neste relacionamento, ambos são muito felizes. Se CAV sentiu falta do time, o mesmo pode ser dito do contrário. Mesmo com bons nomes como Kittel, Gaviria, Jakobsen ou Bennett, nunca foi como com Cavendish. E hoje, já mais maduro, o ‘Míssel da Ilha de Man’ parece ter consciência disso:
Um bom e velho trem de embalada. Nós conhecíamos esse final, sabíamos como fazer a curva para manter a velocidade. Eu não fiz nada até os últimos 150 metros.”
Modesto, o que é uma novidade pra quem acompanha o ciclista Britânico há mais tempo. De bad boy a ‘CAV Paz & amor’, mas sempre um campeão. 33 conquistadas, uma restante para o recorde. O momento é feliz. Se será o final ou não, saberemos até Paris. Certo é que este, sem dúvida, é um conto de fadas para ambos: atleta e equipe.
(Fotos: A.S.O)
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