Austin Killips, começou a pedalar em 2019 e agora pode tentar competir no Tour de France feminino e nas Olimpíadas. A ciclista transgênero Austin Killips, no alto do pódio ao lado de Shyna Powless (à esquerda) e Nadia Gontova (à direita), comemora a vitória no Tour do Gila.
No que foi descrito como um “momento Lia Thomas” para o ciclismo, Austin Killips, uma ciclista transgênero de 27 anos, ganhou o primeiro prêmio para mulheres no Tour do Gila, a principal corrida de estrada no Novo México. Foi o resultado mais significativo até agora para Austin, um homem biológico de identificação trans de Chicago, que também ganhou uma medalha no cyclocross feminino no Campeonato Nacional dos Estados Unidos e que agora está cotada para disputar uma vaga no Tour de France Femmes e nas Olimpíadas de Paris no próximo verão.
Prêmios iguais
A corrida deste ano do Tour do Gila marcou a primeira vez nos 36 anos de história do evento que o mesmo prêmio em dinheiro foi oferecido, com uma bolsa total de US$ 35.350 nas corridas masculina e feminina. Austin, que só começou a pedalar em 2019 antes de iniciar a terapia de reposição hormonal, ganhou quase US$ 10.000 por terminar em primeiro lugar na Classificação Geral feminina, além de um bônus de quase US$ 1000 como “Rainha das Montanhas”.
“Austin Killips é o equivalente a Lia Thomas no ciclismo”, disse Inga Thompson, três vezes Campeã Olímpica dos Estados Unidos e cinco vezes Campeã Nacional de corridas de rua, ao Telegraph Sport. Thomas conquistou o título universitário feminino dos Estados Unidos na natação no ano passado, na prova de 200 jardas livre, tendo ficado em 554º lugar no país na categoria masculina equivalente.
Austin é candidata a fazer parte da equipe olímpica feminina de ciclismo dos EUA em Paris no próximo verão, caso a UCI, o órgão regulador global do esporte, mantenha sua política de permitir que ciclistas transexuais compitam, desde que suprimam seus níveis de testosterona abaixo de 2,5 nanomoles por litro durante um período de dois anos. O nível médio de testosterona para as mulheres está entre 0,5 e 2,4 nmol/l, enquanto o British Journal of Sports Medicine sugeriu que as mulheres trans são mais fortes e mantêm melhor capacidade cardíaca e pulmonar do que as mulheres, mesmo 14 anos após a terapia hormonal.
Pódio da Geral: Marcela Prieto (2ª), Austin Killips (1ª), Emily Ehrlich (3ª)
Espero que Austin vença a Joe Martin Stage Race [no Arkansas] este mês, e então, potencialmente, vá para o Tour de France Femmes e as Olimpíadas de Paris. Isso é apenas senso comum. Depois de todas as corridas da UCI, dos campeonatos nacionais, porque não? Ainda não se fala sobre as Olimpíadas, porque haveria uma reação muito grande”, disse Thompson.
Com os resultados melhorando rapidamente, Austin pode competir de acordo com a política de transgêneros da UCI, apesar de protestos e até pesquisas de opinião, apresentadas por ex-atletas.
Fonte:
Nota do Editor:
Esta matéria do editor-chefe de esportes do Jornal inglês The Telegraph, , foi traduzida e editada por BikeBlz, mas algumas partes do texto original foram cortadas em uma segunda edição por discordamos dos seus termos.
Neste momento, achamos importante trazer a informação para fomentar o debate e a reflexão sobre este assunto que têm atingido não só o esporte, mas todas as sociedades do mundo. E defendemos que todos têm o direito de se ser quem quiser, se manifestar e conquistar o espaço que achar digno lutar. E concordamos aqui com Leandro Bittar: “Ninguém é trans para vencer prova”. Que me fez lembrar uma famosa piada machista do meu pai: Quando o urso encurralado, pergunta pro caçador: “Você não vem cá todo ano só pra matar urso, né?!”
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