Foi uma batalha pela vitória da etapa entre os contenders da Classificação Geral em Monte Bondone. João Almeida (UAE) testou os seus rivais com um ataque a 6km do topo que indicava que estava inclinado a procurar a sua primeira vitória num Grand Tour e o fez com mais uma aceleração que deixou Primož Roglič (Jumbo-Visma) para trás. Foi um duelo entre o Português e Geraint Thomas (Ineos Grenadiers). O Galês perdeu a vitória da etapa, mas voltou a Maglia Rosa quando Bruno Armirail (Groupama-FDJ) desistiu a 10 km do final. Apesar de perder outro importante companheiro de equipe, Pavel Sivakov (Ineos Grenadiers), em mais uma queda, Thomas tem 18 segundos de vantagem sobre Almeida e 29 segundos sobre Roglič.
Estávamos esperando por isso, estávamos ansiosos por isso: o primeiro dia emocionante de ação na alta montanha, o momento em que os homens da CG finalmente se desafiariam cara a cara finalmente chegou. Essa explosão parecia nunca acontecer, e essa pode ser a razão pela qual a subida de hoje ao lendário Monte Bondone parecia ainda mais esplêndida. O Giro d’Italia 2023 finalmente está pegando fogo, os grandes capitães deixaram sua marca e descobrimos um pouco mais sobre as hierarquias desta Corsa Rosa.
A etapa de hoje teve início ao longo da margem do Lago de Garda
O cenário de hoje, como todos os amantes da bicicleta sabem, é recorrente nos livros de história do ciclismo: o Monte Bondone é uma daquelas subidas capazes de transformar um mero bom ciclista num mito deste desporto. Ainda não sabemos se a subida de hoje ficará para a história, mas certamente representa o primeiro e verdadeiro divisor de águas da 106ª edição do Giro. Este pode muito bem ser o início de uma nova etapa na carreira de João Almeida, um ciclista mais ofensivo, mais vencedor, pronto a vender caro a sua pele para trazer para casa a Maglia Rosa, que por sinal usou durante 15 dias em 2020. Ou talvez seja o dia em que Geraint Thomas percebeu que, depois de vencer o Tour de France 2018, ele também pode levar o Giro d’Italia, emulando o ex-companheiro de equipe Chris Froome, o único Britânico a fazê-lo.
CI-NE-MA
Os sinais menos encorajadores vieram de Primož Roglič, que pela primeira vez este ano mostrou algumas rachaduras. Se, até hoje, o Esloveno parecia ter as coisas totalmente sob controle, também à luz da subida contra o relógio no Monte Lussari, as perspectivas agora são bem diferentes. O capitão do Jumbo-Visma terá que encontrar o caminho – e as pernas – para colocar os rivais em apuros. Por outro lado, este último pode agora ter aquela motivação extra para tentar construir uma lacuna maior sobre ele.
A etapa de hoje foi marcada pela briga dos #GC
De qualquer forma, as cartas estão agora na mesa: três ciclistas, os três mais fortes restantes na corrida, estão a 29″ e todos os três podem contar com uma equipe notavelmente forte. Almeida parece estar mais apto do que nunca, Thomas está em sua melhor forma desde 2018 e Roglič é simplesmente um dos melhores jogadores em corridas de grandes etapas de sua geração.
A batalha final ficou entre Almeida e Thomas no alto do Monte Bondone
Ainda há muita montanha a subir: Zoldo Alto e o Tre Cime di Lavaredo, antes do contrarrelógio do Monte Lussari. A impressão é que a etapa de hoje foi apenas a primeira de muitas batalhas. No entanto, vamos encerrar com uma nota para os amantes das estatísticas: na longa história do Giro, quem vestiu a Maglia Rosa no cume de Bondone sempre acabou usando-a no final da competição. Thomas pode bater na madeira…
Thomas retoma a Maglia Rosa
Curiosidades
Esta foi a primeira vitória no Giro d’Italia em quatro participações para João Almeida cuja última vitória foi a etapa 5 da Vuelta a Burgos 2022, há 290 dias. É a 7ª vitória de etapa do Giro de um ciclista português depois de 5 vitórias de Acácio Da Silva em 1985 e 1989 e Ruben Guerreiro em Roccaraso em 2020. Ben Healy (EF Education-EasyPost) é o primeiro ciclista Irlandês a liderar a competição de Rei da Montanha no Giro d’Italia. Ele superou 7 subidas na primeira posição desde o início deste Giro.
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Fonte: Giro d’Itália
Fotos: LaPresse
PRÓXIMA ETAPA
Quarta, 24.05.2023
ETAPA 17
Pergine Valsugana > Caorle
195 km / Plano
O percurso tem uma ligeira descida e não apresenta qualquer impedimento topográfico. A etapa atravessa o Valsugana até Bassano del Grappa, percorre um trecho curto de uma estrada principal (ss. 47) e depois toma as estradas provinciais que correm paralelas a ela, com caminho mais estreito e moderadamente bem pavimentado. Depois de cruzar a planície de Veneza e Treviso por estradas retas e bem pavimentadas, quase sem curvas, a rota chega ao Lido di Jesolo para a etapa final ao longo da costa. Como em todas as etapas com várias áreas urbanas ao longo do percurso, serão encontrados dispositivos comuns de moderação de tráfego. Faltando 23 km, o percurso passa por uma ponte flutuante, onde a estrada estreita ligeiramente.
Quilômetros finais
Os quilômetros finais são disputados em vias urbanas, com 4 retas conectadas por 4 curvas. As estradas são bem pavimentadas e relativamente largas. A reta final (600 m) é em asfalto de 8 m de largura.
Onde assistir o Giro d’Itália?
DSports/Sky Brasil
A transmissão oficial do Giro d Ítália este ano para o Brasil será feita pela primeira vez pelo novo canal de assinatura de streaming DSports, com a narração de Sidney White e comentários de Leandro Bittar. Será bonito de ver. Requer assinatura.
RAI Internacional
Canal Italiano presente em diversos pacotes de TV por assinatura no Brasil, a RAI faz a transmissão da prova há anos e na língua local.
GCN+
GCN+ é um pacote de assinatura exclusivo de ciclismo, com transmissão do canal Eurosport (disponível apenas em inglês, francês, alemão e italiano). Corridas ao vivo ou por demanda de todas as provas do calendário. Tanto as provas masculinas, quanto as femininas, incluindo a temporada de Cyclocross. As provas têm transmissão geralmente de dois ex-ciclista profissionais: o excelente Sean Kelly (9X campeão de Clássicas Monumento, vencedor da Vuelta a España de 1988 e várias vitórias no Giro di Lombardia, Milan-San Remo, Paris-Roubaix e Liège-Bastogne- Liège) e Brian Smith. Algumas provas recebem também a excelente comentarista holandesa, José Been. Para ver as provas no Brasil é necessário instalar um VPN no navegador/browser, para simular um IP, destravando assim o bloqueio de geolocalização. Não é necessário fazer a assinatura do VPN. A sua versão gratuita atende bem.
Tiz-Cycling
Tiz-Cycling é um site pirata que transmite ilegalmente e de graça o sinal de todas as provas de ciclismo do mundo. As Grandes Voltas (GTs), os campeonatos nacionais, as Clássicas Belgas, Paris-Roubaix, ciclismo feminino, cyclocross. Tudo! Veja a nossa ENTREVISTA EXCLUSIVA com 10 perguntas para o canal Tiz Cycling. Descobrimos que além de norte-coreano, apenas 3 pessoas são responsáveis pelo site. Todos malucos por ciclismo. Só pode.
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