Na primeira chegada ao alto, aconteceu de tudo um pouco. Teve mudança de líder, briga entre os favoritos, ciclista atropelado, vento cruzado, fuga vencendo e muitas respostas acerca das dúvidas entre os favoritos à Maglia Rosa.

Gino Mader vence pela primeira vez no profissional com enorme ajuda de Mohoric.

Um dia após Mikel Landa abandonar o Giro d’Italia devido ao tombo causado pela colisão com um guarda de trânsito, a Bahrain Victorious precisava desesperadamente de bons resultados para salvar sua participação na grande volta italiana. Sem a responsabilidade de proteger um líder, Mohoric e Gino Mader receberam sinal verde para entrarem na fuga do dia, que demorou cerca de 50 quilômetros até se formar e a 137 Km do fim, consistia de cinco atletas (dois deles da Bahrain). Pouco tempo depois, Geoffrey Bouchard (AG2R) e Bauke Mollema (Trek) começaram a perseguir a fuga. Ao saber disso, Mohoric começou a acelerar o passo na frente, fazendo Mollema e Bouchard perseguirem por mais de 20 quilômetros até alcançarem a frente de prova.

Mollema é um bom escalador, o que poderia ameaçar as chances de vitória da Bahrain na etapa, portanto a movimentação do eslovaco buscava desgastar o holandês da Trek. Outra tática usada por ele foi a de descer à frente do grupo, acelerando a descida mantendo a vantagem em relação ao pelotão e ao mesmo tempo, colocando Mollema em dificuldades, já que o ciclista da Trek tem fama por descer mal e causando mais desgaste toda vez que este precisava reconectar com o grupo da fuga. Enquanto isso, Mader se preservava e seguia tranquilo na fuga, esperando a hora de desempenhar seu papel.

A briga pela camisa rosa e a INEOS novamente mostrando a força de seu grupo

Com sessenta quilômetros pro final, a Equipe Ineos não estava nos deixando nenhuma dúvida. O garoto de ouro Filippo Ganna estava na frente, abrindo caminho no vento para um trem escuro de granadeiros a reboque e uma linha inteira de bicicletas atrás se segurando para manter na cola.

Com a chuva forte, a corrida atravessou o vale entre os dois pontos altos do dia, e para o Maglia Rosa, Alessandro De Marchi foi demais. Distante, viu a corrida se alongar na estrada, com ela, sua passagem pela Rosa.

Com isso, aprendemos duas coisas:

Primeiro, Filippo Ganna é uma aberração. Em segundo lugar, Egan Bernal, líder da equipe de Ganna, provavelmente feliz com o ritmo escaldante estabelecido por seu homem, estava se sentindo bem. Com uma subida de quinze quilômetros e a chegada ao cume de Ascoli Piceno aguardando, seus rivais receberam uma dica.

Se vocês não têm pernas hoje, rapazes, Egan Bernal vai deixá-los duas horas para trás. Nessa escalada, Ineos parecia um Team Sky vintage de 2016, alinhado como tropas de choque a serviço do líder Chris Froome. Castroviejo, Moscon, Martinez e Narvaez sentaram-se no vácuo de Ganna quilômetro após quilômetro, enquanto Bernal assumiu o papel de Froome.

Quando Ganna finalmente puxou o pino com dez quilômetros pro final, o trem da Ineos pegou o vento e manteve as coisas rolando. O ritmo era muito alto para alguém considerar algo tão estúpido quanto um ataque.

Aqueles de vocês que estavam assistindo a uma corrida de bicicleta em 2016 vão se lembrar do que vai acontecer a partir daqui. Em algum lugar em direção ao cume desta escalada Bernal, vai atacar. Talvez não a la Froomey, mas um pouco mais lânguido e ao estilo Bernal.

Com três quilômetros pela frente, o companheiro de equipe Dani Martinez sinalizou com um único ciclista na frente. Mais um quilômetro e Bernal atacou. Com ele foi o italiano Giulio Ciccone e o garoto-maravilha Remco Evenepoel, que se juntaram rapidamente a Dan Martin.

Uma divisão. Esses quatro, os mais fortes do dia, e uma lacuna para Carthy, Vlasov, Yates e os demais. Este não foi um momento para vacilar. A chuva aumenta e Bernal abre quase vinte segundo para os perseguidores. Um pouco mais adiante estava Nibali. Bernal dispara: “Se minhas costas desajeitadas aguentarem, vocês podem ter problemas aqui, pessoal.

Entre tudo isso, a vitória da etapa, desde a fuga, coube ao jovem suíço Gino Mader, na maior vitória de sua jovem carreira; uma tendência na corrida deste ano, com Merlier, Van der Hoorn e Dombrowski fazendo o mesmo.

E a Maglia Rosa?

O húngaro Atilla Valter, de 22 anos. O primeiro húngaro a vestir a Rosa no Giro, manterá ela aquecida até que uma das favoritos a vista. Presumimos. Não por acaso, esta noite ele já dormiu vestido para continuar sonhando cor-de-rosa.

Momento Bizarro

O momento bizarro da etapa foi o atropelamento do ciclista da Deceuninck-Quick Step, Pieter Serry por um carro da equipe Bike Exchange na última montanha do dia. Gene Bates, diretor esportivo da equipe de Simon Yates, acabou expulso do Giro após o fim da etapa. 

Quem coisa bizarra foi essa?!!! WTF?!?! #Giro #Giro104 #Bikeblz https://t.co/JFFiJXppTu

— BikeBlz (@BikeBlz) May 13, 2021

Allan Almeida é bom das ideias. É fã de ciclismo e de Nova Iguaçu. Pai do Bernardo, não perde um BBB.

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