A prova feminina de Mountain Bike nos Jogos Olímpicos de Tóquio teve os mesmos 4,1km de comprimento da prova masculina. Os homens completaram sete voltas e as mulheres, cinco. Considerado o mais desafiador da história olímpica, o Izu Course possuía obstáculos naturais, muitas subidas e poucas áreas de recuperação. E a única diferença para a prova dos homens foi a inclusão da famigerada rampa que Mathieu van der Poel tanto deu falta na sua prova e que acabou por provocar o seu acidente, seguido do seu abandono.

Com a rampa, a prova feminina possuía muitos bons nomes, mas com um resultado também difícil de prever. E o que realmente parecia impossível aconteceu: o trio Suíço dividiu todos os lugares do pódio entre si em Tóquio: Jolanda Neff conquistou o ouro, Sina Frei a prata e Linda Indergand o bronze. Por si só um feito histórico.

Antes de Neff, Frei e Indergand, apenas Barbara Blatter (prata em Sidney 2000) ganhou o Ouro Olímpico no Mountain Bike Feminino pela Suíça. A tripla vitória também é histórica: a Suíça nunca havia conquistado isso nos Jogos Olímpicos femininos. Os homens haviam conquistado essa façanha pela última vez há 85 anos, nos Jogos Olímpicos 1936, em Berlim nos exercícios de solo da Ginástica Olímpica.

Neff fez praticamente toda a corrida solitária na frente e garantiu o primeiro ouro da Suíça na Olimpíadas. Depois de duas temporadas difíceis marcadas por lesões, a atleta de 28 anos não era uma das principais favoritas, mas estava num dia iluminado e praticamente liderou a prova do início ao fim.

Na primeira volta ela se destacou com a francesa Pauline Ferrand-Prévot. Mas um erro da Francesa fez Neff  tomar a dianteira e aumentar a sua liderança a cada volta até cruzar a meta, com um minuto à frente das suas compatriotas.

Loana Lecomte (FRA) que dominou toda a temporada, teve seguidos problemas e a partir da penúltima volta ficou claro que todos os lugares do pódio iriam para a Suíça. A única questão que restava era saber quem receberia a prata. Na última volta, Frei teve melhores pernas e cruzou a linha de chegada 8 segundos à frente de Indergand.

O triunfo retumbante das mulheres Suíças veio praticamente do nada. Os principais favoritos eram outras – acima de tudo Lecomte, que venceu todas as corridas da Copa do Mundo em 2021. Mas ela também relatou grandes problemas de adaptação ao circuito muito técnico e extremamente exigente.

Neff pode agora usar a medalha de ouro olímpica, 5 anos após sua decepção na Rio 2016, quando ficou na sexta colocação. O fato de duas companheiras de equipe estarem ao lado dela no pódio, torna o triunfo ainda mais especial.

Chapeau!

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