Quem diria que a Israel-Premier Tech venceria duas etapas neste Tour de France? Ainda mais que os dois vencedores de etapa seriam Simon Clarke e Hugo Houle. Mas no primeiro dia na região dos Pirineus, vimos uma bela batalha na fuga pela vitória e disputa tão tática quanto física entre a Jumbo-Visma de Jonas Vingegaard contra Tadej Pogacar da UAE. O Dinamarquês e sua equipe resistiram às investidas e saíram fortalecidos do confronto direto, que apesar de não ser em uma chegada ao alto, causou diferenças no Top 10 da corrida. O Tour chega aos dias finais e é tudo ou nada!

Uma fuga imensa com cerca de trinta atletas formou-se nos quilômetros iniciais da corrida e as equipes dos líderes, Jumbo-Visma, Ineos Grenadiers e UAE posicionaram atletas para possivelmente trabalhar no fim do dia se necessários. A Jumbo-Visma colocou Van Aert e Van Hooydonck, a UAE, McNulty e a Ineos Grenadiers, Martinez. A equipe Britânica era a mais completa e em dado momento, Jumbo e UAE pareceram até expostas, com poucos atletas para defender os dois líderes ou para atacar se necessário. A vantagem da fuga para o pelotão chegou a 7 minutos e mesmo com gregários à frente, poderia acontecer uma situação de necessidade e até que líder e gregário se juntassem, o caos poderia ser instaurado. E esteve perto de acontecer.

A fuga do dia contou com quase 30 ciclistas

Marc Soler (UAE) começou a sofrer cedo e sobrou no pelotão. A UAE que estava reduzida a 5 atletas no grupo, passou a ter apenas 3 gregários junto a Pogacar. A Jumbo-Visma controlava a corrida mas ficava sem atletas também para trabalhar, já que Van Aert e Hooydonck estavam à frente. Em determinado momento, Benoot chegou a discutir com outros rivais para ajudarem a controlar o ritmo, mas não adiantava. O peso de carregar a Camisa Amarela é comandar a velocidade da corrida.

Já na penúltima subida, Pogacar percebeu a possibilidade e atacou, prontamente respondido por Jonas Vingegaard. O Esloveno da UAE ainda tentou mais duas vezes largar o rival, sem sucesso e tentou novamente no começo da descida.Van Hooydonck tinha ficado para trás na fuga e ajudou o pelotão na descida após reagruparem.

O calor mais uma vez marcou também a etapa

Na fuga, a Israel-PremierTech tinha dois atletas: Michael Woods e Hugo Houle. E usaram a força nos números à perfeição para vencer.  Houle atacou no Mur de Peguere para não ser mais alcançado e Woods marcou Matteo Jorgenson (Movistar) que caçava a vitória na etapa. Jorgenson ainda levou um tombo na descida final, mas sem grandes consequências, além de dar tchau para as chances de vitória no dia. Houle venceu e dedicou, emocionado, a vitória para o irmão que morreu assassinado por um motorista anos atrás. Tornou-se também o segundo Canadense na história a vencer uma etapa do Tour.

McNulty e Van Aert esperaram o pelotão para trabalhar e ajudaram os líderes na subida final, que foi controlada por Majka (que teve um problema mecânico e perdeu contato com o grupo) e Sepp Kuss (Jumbo-Visma) que colocou um ritmo infernal e largou alguns favoritos para trás como Bardet (DSM), Adam Yates (Ineos Grenadiers) e David Gaudu (Groupama-FDJ). No fim, a Jumbo-Visma resistiu às investidas de Pogacar e chegaram são e salvos a Foix. A UAE perdeu Marc Soler, que chegou fora do tempo limite, mas o ímpeto do bicampeão do Tour parece que seguirá sendo favorável aos ataques.

É tudo ou nada e só restam mais algumas (gigantes) etapas. A batalha final já está em curso. Faltam 5 dias para Paris!

Jonas Vingegaard segue de Amarelo

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Fotos: ASO/Pauline Ballet, Charly Lopez, Aurélian Viallate

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PRÓXIMA ETAPA

Quarta, 20.07.2022

ETAPA 17

SAINT-GAUDENS>PEYRAGUDE
129,7 km / Alta montanha (3364 m)

O cenário é tão suntuoso para os espectadores quanto exigente para os ciclistas, que terão que defender suas posições. Depois de cruzar o Col d’Aspin e o Hourquette d’Ancizan, os ataques podem ocorrer já na subida ao Col d’Azet. E no final, até os melhores escaladores podem tropeçar ao enfrentar os gradientes íngremes em direção ao altiporto de Peyragudes… a terceira rota de sucesso no Tour 2022!

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