Remco Evenepoel (Quick-Step Alpha Vinyl) derrubou todos os seus rivais nas encostas brutais de Les Praeres no final da etapa 9 da Vuelta 22, vencida por Louis Meintjes (Intermarché-Wanty-Gobert). O escalador juntou-se a fuga, após uma batalha feroz para se tornar o segundo vencedor Sul-Africano na história do Grand Tour da Espanha, duas décadas depois de Robbie Hunter (2 vitórias em 1999 e 2001). Mas o mais forte do dia foi, novamente, a jovem estrela Belga, que abriu 3 km na subida do infame cume, para ampliar sua liderança na GC antes do dia de descanso de amanhã e do contrarrelógio de terça-feira. Enric Mas (Movistar) continua em 2º da Classificação Geral, com uma diferença de 1’12’’, e Primoz Roglic (Jumbo-Visma) a 1’53’’.

A última etapa da Vuelta 22 antes do dia de descanso foi cansativa. Com 3.700m de elevação e uma final brutal nas encostas do Les Praeres (3,9 km a 12,9%, inclinação máxima: 24%). 166 ciclistas largaram de Villaviciosa após os abandonos de Sepp Kuss (Jumbo-Visma), Wout Poels (Bahrain Victorious) e Pieter Serry (Quick-Step Alpha Vinyl).

É algo especial. Eu nunca estive no pódio de uma corrida do World Tour, exceto por uma Classificação por Equipes, então esse era um dos meus principais objetivos antes de parar minha carreira. Nos últimos dias, eu não fui rápido o suficiente no final de montanha para acompanhar os caras do GC. Se eu não consegui um resultado assim, o melhor foi ter ido na fuga e funcionou perfeitamente. Hoje eu tive muita sorte. Minha equipe controlou na largada e eu só precisava seguir. Foi um dia bastante difícil e [os outros ciclistas da fuga] me fizeram trabalhar mais. Eu sabia que também estava gastando mais energia do que muitos caras. Não tinha certeza se ainda teria as melhores pernas. Sabia que era uma subida muito difícil, então era melhor ir contra o relógio até o final. É realmente especial [se juntar a Robert Hunter como os 2 vencedores sul-africanos de La Vuelta].” – Louis Meintjes

9 ciclistas no ataque

Os baroudeurs voltaram a se inspirar, tanto que foram necessários 44km de batalhas para os nove atacantes do dia lançarem a fuga: Samuele Battistella (Astana Qazaqstan), Edoardo Zambanini (Bahrain Victorious), Dylan van Baarle (Ineos Grenadiers), Louis Meintjes ( Intermarché-Wanty-Gobert), Filippo Conca (Lotto Soudal), Jimmy Janssens, Robert Stannard (Alpecin Deceuninck), José Manuel Diaz Gallego (Burgos-BH) e Simon Guglielmi (Arkea Samsic).

Thymen Arensman (Team DSM) também esteve lá em cima, mas o jovem Holandês, 11º na Classificação Geral, voltou ao grupo na primeira subida do dia, de cat-2, no Alto del Torno (cume no km 55,6). Stannard passou primeiro por cima do cume à frente de Janssens para defender a Camisa de Bolinhas de Jay Vine. O alpinista Australiano, já vencedor de duas etapas, também atacou na subida, mas a situação resolve-se sob o controle da Quick-Step Alpha Vinyl.

Meintjes e Evenepoel estão fora de alcance

Os companheiros de equipe de Remco Evenepoel mantiveram a distância de cerca de 5′ nas subidas seguintes, na cat-1 do Alto del Mirador del Fito (km 93) e no cat-3 do Alto de la Llama (km 118,1). No topo da penúltima subida do dia, de cat-3 no La Campa (km 148,6), a diferença ainda era de 4’12’’.

Tínhamos um plano para realmente tentar deixar a fuga ir, então as bonificações desapareceriam caso perdêssemos tempo. Acho que a equipe foi perfeita, com as más notícias desta manhã do teste positivo de Pieter [Serry], a equipe assumiu a responsabilidade novamente como verdadeiros cavalheiros. Nós nos comunicamos muito bem juntos. Dries [Devenyns] disse que não estava se sentindo muito bem hoje, então ele deu os primeiros puxões e depois ficou com Julian [Alaphilippe], Ilan [ van Wilder] e eu para entrar nessa escalada. Se você visse o que eles fizeram de novo… estou realmente impressionado com minha equipe. Estou tão feliz com os caras, na verdade me deixa um pouco emocionado ver esses caras trabalhando seus corações. Pra falar a verdade, eu já me sentia super cansado, mas quando você sente as pernas, todo mundo sente. Em uma escalada como essa, é tudo uma questão de força, não há draft nem nada porque é muito íngreme. Quando Klaas [ Lodewyck] finalmente voltou ao meu fone de ouvido e me disse que eu estava a um minuto de distância de todo mundo… foi tanta motivação, você nem imagina. Já passei por tanta coisa na minha vida e é por isso que posso continuar lutando e sofrendo. Tudo o que passei há dois anos realmente me fez uma nova pessoa. Eu realmente não esperava ir para o contra-relógio com essa liderança. Como eu disse, estou realmente emocionado de uma maneira boa. Eu simplesmente não tenho mais palavras para os caras, eles realmente merecem alguns dias de descanso. Este é o melhor time do mundo realmente.” – Remco Evenepoel

Os ciclistas da frente começaram a atacar uns aos outros com 12km para o final. Janssens e Battistella tiveram uma pequena vantagem quando atingiram as primeiras encostas do Les Praeres. Mas eles não puderam adiar Meintjes quando o ciclista Sul-Africano os pegou e os deixou para trás a 2,5 km do final.

No grupo da GC, Juan Ayuso (UAE Team Emirates) foi o primeiro ciclista a atacar, logo no início da subida. Mas Remco Evenepoel subiu a aposta a 3km do fim e abriu brechas significativas (34” para Ayuso, 44” para Mas, 46” para Rodriguez, 52” para Roglic…) para o contra-relógio em Alicante.

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Fonte: La Vuelta
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PRÓXIMA ETAPA

Terça, 30.08.2022

ETAPA 10

Elche > Alicante

30,9 km / Contrarrelógio individual

Contra-relógio individual completamente plano, com mais de 30 km. Os favoritos da Classificação Geral não devem ter grandes dificuldades, mas outros pilotos com um perfil de escalador mais acentuado podem ter dificuldades. Um cuidado especial deverá ser tomado durante a parte final, ao longo da costa do Levante, onde os ventos fortes podem ser problemáticos.

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