O Deus da Raça é Esloveno! Só pode ser. Eu que pensava que ele morasse na Gávea, tô convencido que talvez ele tenha se mudado. Quem sabe cansado das crises financeiras, da desvalorização da moeda e da gasolina a R$7. Acho que foi lá pra aqueles lados de Ljubljana, na Eslovênia. Só pode ser! Porque o que Primoz Roglic (Jumbo Visma) vem fazendo é para entrar para os livros de história da raça.

Ele que caiu na etapa de ontem, disse em seguida que não foi nada. Depois afirmou que “se não há risco, não há glória.” Roglic que já foi saltador de ski jumping profissional, parece saber controlar seus nervos, o medo e o seu esforço como ninguém. Além de ser ótimo em entrevistas. Hoje na dolorosa ladeira de Valdepeñas de Jaén, com 20% de inclinação, ele mostrou mais uma vez o seu sangue. Se na semana passada em Cullera, foi o dia do ‘bigode mais bonito do pelotão’ vencer, desta vez Magnus Cort (EF Nippo) não teve a mesma força para cruzar na frente e foi alcançado nos últimos 500m. O bigode pregou! Enric Mas atacou primeiro, mas Roglic ligou o seu já tradicional ‘turbo’, cortou pro lado e venceu mais uma.

Foi perto de novo, não foi? E foi uma etapa difícil! ” Primoz Roglic

A etapa de 133 km, foi a mais curta da Vuelta. Cheia de sobe e desce e um mar de oliveiras para todo lado que se olhasse, começou sem Jasper Philipsen (Alpecin-Fenix) que ​​anunciou ter sofrido “sintomas de febre moderada” e Alex Aranburu (Astana-Premier Tech) que caiu na última descida da etapa de ontem, sofrendo vários ferimentos e com quatro pontos no joelho não largou. O Americano Carr Simon (EF Nippo) também abandonou a corrida.

Depois de 28 km de ataques e contra-ataques, uma fuga se formou com Jonathan Lastra (Caja Rural), Joan Bou (Euskaltel-Euskadi), Magnus Cort (EF), Harm Vanhoucke (Lotto) e Edward Planckaert (Alpecin) sob o sol de Antequera. O Team BikeExchange e a Jumbo-Visma lideraram a perseguição e a diferença chegou a 2’15’’, mas o pelotão acelerou nos 25km finais com muitas equipes disputando a posição da frente, até a diferença cair para 44” na subida de categoria 2 do Alto Valdepeñas de Jaén.

Na frente, Cort Nielsen deixou os seus companheiros de fuga para trás nas primeiras encostas e manteve uma diferença de 22” sobre o grupo perseguidor, com 16 km pro final. No pelotão, foi a vez de David De la Cruz (UAE) tentar derrubar seus rivais e ganhar alguns segundos de tempo, mas não durou muito. O pelotão e Damiano Caruso (Bahrain Victorious) o alcançou no topo da montanha e garantiu pontinhos extras para sua Camisa de Bolinhas.

Ao entrar no quilômetro final, Cort manteve uma vantagem de 19”, mas Sepp Kuss (Jumbo-Visma) no início da subida, aumentou o ritmo, trazendo Roglic na roda. À medida que a estrada subia, Enric Mas (Movistar Team) também acelera, mas ninguém conseguiu conter Roglic nos últimos metros da etapa e ele cruzou sozinho a linha final em mais uma daquelas vitórias com a assinatura do Esloveno. Os outros que me desculpem, mas raça é fundamental. 

Completando o pódio, Enric Mas ficou em segundo e Miguel Angel Lopez (Movistar) em terceiro. Quanto as Camisas, Odd Christan Eiking (Intermarché) mantém a Camisa Vermelha, Fabio Jakobsen (Deceuninck Quickstep) a Verde de Pontos, Damiano Caruso a de Rei da Montanha e Egan Bernal (Ineos Grenadiers) a Branca de Melhor Jovem.

Amanhã promete ser mais um dia para a fuga. Não perca!

Próxima Etapa 12

Jaén > Córdoba 175 km – Média montanha (2018 m)

Mais um final que a Vuelta conhece bem. O primeiro tempo da etapa é mais ameno, o segundo tempo é mais difícil, cruzando a linha de chegada duas vezes, com duas subidas na parte final. Mais um sprint final é esperado, embora as equipes tenham que trabalhar muito para que isso aconteça.

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