A Dinamarca aos poucos vem conquistando cada vez mais seu espaço dentro do ciclismo mundial. Será que eles estão se tornando o novo berço do esporte? Bem, talvez sim! Copenhagen é considerada a cidade mais bike friendly do mundo. E onde a cultura da bike alcança patamares impressionantes: 62% da população utiliza a bicicleta para se locomover ao trabalho ou local de estudo, e apenas 9% utilizam o carro. Frequentemente a cidade é apontada como modelo de qualidade de vida e sustentabilidade por urbanistas de todo o mundo. E por mais que nem todos os ciclistas do pelotão tenham vindo da capital do País, a cultura existe e fica evidente perceber que os ciclistas dinamarqueses são cada vez mais numerosos e vitoriosos em todas as categorias do esporte.
São de lá: o Campeão do Mundo Mads Pedersen (Trek Segafredo), o lobo Kasper Asgreen (Deceuninck-Quickstep), os competitivos Søren Kragh Andersen (DSM) e Mads Würtz Schmidt (ISN), os veteranos Jakob Fuglsang (Astana) e o medalhista de ouro olímpico na pista, Michael Mørkøv (Deceuninck-Quickstep), as promessas Michael Valgren (EF Nippo), Casper Pedersen (DSM), Andreas Kron (Lotto Soudal) e principalmente Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma) e ainda Cecilie Uttrup Ludwig (FDJ), Emma Norsgaard (Movistar) e o seu irmão Mathias Norsgaard (Movistar) fazem a Dinamarca brilhar no esporte nos últimos anos e o hat-trick de hoje, na etapa 19 da Vuelta, faz de Magnus Cort Nielsen (EF Nippo), o mais vitorioso Dinamarquês na história das Grandes Voltas, com 7 vitórias.
Cort empata assim em número de vitórias nesta edição com Roglic (Jumbo-Visma) e Fabio Jakobsen (Deceuninck-Quickstep) e assume o posto talvez de maior destaque da competição.
A sua vitória de hoje no sprint contra outros sete ciclistas vindos da fuga, foi quase um replay da sua vitória em Córdoba. Antes ele também já havia vencido em subida, na etapa 6, em Cullera. E só não está comemorando a quarta vitória, porquê Primoz Roglic não deixou que isso se concretizasse em Jaén. Mas como não existe ‘Se…’ no ciclismo, Magnus Cort atacou hoje na hora certa, para vencer no sprint sobre o português Rui Oliveira (UAE) e o Americano Quinns Simmons (Trek-Segafredo).
A etapa que começou em Tapia com 191,2 Km, iniciou sem a presença do Colombiano Sergio Henao (Qhubeka) que abandonou a corrida antes da largada, em consequência de uma forte queda na etapa 17. Ele que chegou a correr a etapa rainha ontem, não resistiu para hoje.
Outra baixa foi do capitão da Intermarché, o Sul-Africano Louis Meintjes, uma das gratas surpresas desta edição, fechava o Top10 até a etapa de hoje, abandonou a corrida após uma forte queda durante a etapa. No hospital, não apresentou nenhuma fratura, mas permanece em observação após breve perda de consciência.
Depois do Gamoniteiru, parece que há sempre um desejo de trégua entre os homens que brigam pela Geral, mas há equipes que querem saborear uma vitória e pra isso é preciso pedalar. E assim as múltiplas tentativas de fuga, culminaram em um grupo de 18 ciclistas com bons nomes envolvidos, incluindo o Dinamarquês Magnus Cort.
A primeira parte do percurso, contava com constantes subidas e descidas e era seguido de uma segunda metade mais leve em descida, unindo a Galícia e o Principado das Astúrias até Monforte de Lemos.
A fuga parecia condenada antecipadamente, mas alguns se recusaram a jogar a toalha. O pelotão chegou a ficar a menos de 1 minuto dos escapados. Fuja ou junte-se ao grande grupo, esse era o dilema. Quando a viagem acabou, o Americano Quinn Simmons e o português Rui Oliveira pularam na frente, decididos a surpreender. Andrea Bagioli (Deceuninck-Quickstep), Craddock (EF Nippo), Magnus Cort, Andreas Kron (Lotto Soudal) e Anthony Roux (FDJ) formaram os sete contra todos.
Ao se aproximar de Monforte de Lemos, a BikeExchange tentou trazer Michael Matthews, enquanto a DSM também começou a trabalhar para lançar Alberto Dainese, mas chegaram tarde demais e não conseguiram cumprir com o objetivo.
Na frente, o homem do bigode mais bonito do pelotão, estava disposto a conquistar mais uma. O esforço era tremendo de ambos os lados para evitar um sprint massivo. Ficaria para um melhor de sete. Com dois homens, Craddock e Cort Nielsen, a EF Education levava uma pequena vantagem. Simmons é o primeiro a atacar, Cort pacientemente espera alguns instantes, lança-se ao ataque em seguida e vence com autoridade. Atrás, Craddock ergue os braços e vibra com o trabalho em equipe. Enquanto isso, o Português Rui Oliveira caí no choro emocionado. O segundo lugar em uma Grande Volta é a maior conquista da sua carreira.
Ao bater à porta da vitória, Rui mostra estar em excelente forma e que o alto do pódio é questão de tempo. Simmons que atacou primeiro, cruzou na terceira colocação. O fato curioso da etapa é que Cort cruzou à linha de chegada 21 minutos antes do melhor tempo programado pela organização da prova!
É incrível. É um sonho, realmente espero não acordar. Antes dos últimos 5-6 km, nunca acreditei que fosse possível”
Magnus Cort Nielsen
Ele até agora tá sem acreditar.
It is unbelievable https://t.co/EcmhA7njkv
— Magnus Cort (@MagnusCort) September 3, 2021
Estamos chegando ao final da Vuelta! Domingo é o contra-relógio decisivo em Santiago de Compostela e amanhã a etapa é decisiva para quem quer brigar ainda pela Classificação Geral. A emoção é até o final. Até!
Próxima Etapa 20
Sanxenxo > Mos. Castro de Herville
202,6 km – Média montanha (4199 m)
Esta etapa promete ser muito divertida para os espectadores. A primeira parte, relativamente plana, dará lugar a um mini “clássico”. Subidas e descidas constantes e cinco passagens nas montanhas curtas, mas difíceis. Uma sortuda “mini Liège-Bastogne-Liège” antes do final da Vuelta 21.
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Você pode ouvir e seguir a corrida com a gente via Twitter Spaces no nosso #REVIRAVUELTA. Diariamente, a partir das 12:15h (Brasília), 16:15h (Lisboa) ou 17:15h (CET), você acompanha os quilômetros finais do dia com um breve bate-papo pós-etapa, trazendo o melhor do que rolou. O programa que é como uma sala de áudio onde todo mundo pode entrar e ouvir a conversa, conta com a moderação do Junimba Simões e as análises do Allan Almeida pelo BikeBlz e do Davide Gomes e Tiago Ferreira do Portuguese Cycling Magazine, sempre em bom e claro português do mundo. Confira!
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