Objetivos de carreira são coisas capciosas. Às vezes a realidade de algo estar tão próximo, mas nunca ocorrer, pode gerar uma frustração paralisante. Ou virar o foco de uma obsessão que prejudica todo o entorno. Jasper Philipsen (Alpecin-Deceuninck) tinha um objetivo nos últimos anos: vencer uma etapa do Tour de France. E a possibilidade disso acontecer era tão grande quanto a frustração por ter estado oito vezes (!) entre os três melhores, mas nunca ser o melhor em uma única etapa. Mas após as vitórias de Mads Pedersen (Trek-Segafredo) na sexta e Michael Matthews (BikeExchange) no sábado, este era um fim de semana de redenção na França.

Táticas estranhas e Camisa Amarela no chão: A Jumbo-Visma se complica

O dia começou com a notícia de que Primoz Roglic (Jumbo-Visma) não largaria para recuperar-se de ferimentos e iniciar a sua preparação para a Vuelta a Espanha. A equipe do líder, que tinha 8 atletas, seria reduzida a 7, mas ainda mais que os principais rivais, como a UAE que tem 6. Simon Clarke (Israel-Premier Tech) que venceu em Arenberg, também teve de deixar a corrida. Outro abandono triste também foi de Magnus Cort Nielsen (EF-Easypost), o Dinarmarquês que fez a festa na sua terra natal e venceu uma etapa nesta segunda semana, testou positivo para Covid-19 e teve que abandonar. Uma perda e tanto para a sua equipe.

Pogacar e Wout na largada da Etapa 15

A etapa 15 era o último dia com mais de 200 quilômetros de extensão e foi uma montanha russa sob intenso calor. Uma das últimas (e poucas) chances para os sprinters vencerem, o que tornou a corrida extremamente controlada pelas equipes dos velocistas. A surpresa geral foi logo de início, Van Aert meter-se em uma fuga de três atletas junto a Nils Politt (Bora-Hangsrohe) e Mikkel Honoré (Quick Step). Obviamente este não era o melhor grupo para ele disputar a vitória contra o pelotão, por ser muito pequeno e também não fazia sentido para os interesses da equipe, que largou no dia com uma baixa importante, mesmo que voluntariamente. E depois de 30 quilômetros na fuga, a equipe deu a ordem para que ele esperasse o pelotão, a coisa mais prudente, ainda mais pelo que veio a seguir.

A fuga dupla de PolittHonoré foi mantida sob controle durante toda a etapa e nunca recebeu muita vantagem de tempo. O ritmo intenso e nervoso no entanto, começou a causar problemas. A 60 quilômetros do fim, Kruijswick (Jumbo-Visma) se envolveu em um tombo com Martijn Tusveld (DSM) e Jakob Fuglsang (Israel–Premier Tech). O Holandês da Jumbo teve fraturas e precisou abandonar a corrida. O time que começou o dia sem um ciclista, terminaria sem dois. Ou mais, por que Jonas Vingegaard e Tiesj Benoot também caíram, com o Belga sofrendo uma pancada pior. A ver o que isso significa para os próximos dias, mas a equipe do Camisa Amarela que tinha dois homens a mais e o time mais forte, chegou em Carcassone sem dois grandes nomes e com um terceiro machucado. Isso equilibra as coisas com o time de Tadej Pogacar.  Mesmo sem disputa entre os favoritos, esse pode ser um dia que definirá os rumos do Tour.

A última subida e o cabo de guerra entre atacantes e pelotão

A “montanha final” do dia era o Côte des Cammazes (5.4km à 4% de inclinação) e ficava a 50 quilômetros da chegada. Os escapados Politt e Honoré foram capturados nessa subida e Ben Thomas (Cofidis) e Franck Bonnamour (B&B Hotels) atacaram para tentar surpreender o pelotão. As equipes dos sprinters mais versáteis, Trek e Alpecin colocaram um ritmo furioso na subida para largar (com sucesso) Jakobsen (Quick Step) , Caleb Ewan (Lotto Soudal) e Dylan Groenewegen (BikeExchange). Difícil a vida dos velocistas mais pesados. Dylan Groenewegen ainda conseguiu reconectar-se ao pelotão com tremendo trabalho de equipe e do vencedor do dia anterior, Michael Matthews. 

A etapa foi disputada sob calor intenso

Restando 24 quilômetros, Pogacar ainda tentou uma aceleração para surpreender e testar o rival, mas Jonas Vingegaard estava atento e prontamente o seguiu.

Benjamin Thomas conseguiu segurar o pelotão até os 500m finais, mas foi capturado quase simultaneamente a um ataque de Boasson Hagen (Total Energies), que não teve vida muito longa. A Trek-Segafredo tinha Jasper Stuyven trazendo Mads Pedersen embalado para mais uma vitória com Wout Van Aert na roda deles. Com uma curva próxima aos últimos metros, Philipsen foi esperto para fazer a ultrapassagem pelo lado interno e acelerar à esquerda de Pedersen, enquanto Van Aert ia pela direita. O ciclista da Alpecin tinha mais velocidade e cruzou a linha com uma jogada de bike para extravasar toda emoção engasgada. Na entrevista pós-corrida, o choro, agora de felicidade, contrastando com a vez que chorou de decepção por ter perdido em Paris no ano passado. Mas isso ficou para trás. Após ter sido 4 vezes segundo colocado e 4 vezes terceiro, Jasper finalmente foi o vencedor, pela primeira vez. De muitas, eu arriscaria dizer. Determinação, qualidade e persistência não faltam. ChapeauPhilipsen. 

Os favoritos à Classificação Geral chegaram sãos e salvos, gratos pelo dia de descanso nesta segunda-feira, mas tudo pode mudar com uma dura semana que segue e finais colossais em Peyragudes e Hautacam, somados a uma crono de 40 quilômetros. Restam 6 etapas até Paris!

Hastags da prova:#TDF2022#BikeBlz
Fotos: ASO/Pauline Ballet, Charly Lopez, Aurélian Viallate


PRÓXIMA ETAPA

Terça, 19.07.2022

ETAPA 16

CARCASSONNE>FOIX
178,5 km / Média montanha (3418 m)

O primeiro dia nos Pirenéus pode ser um bom momento para os ciclistas da fuga… desde que estejam bem equipados para lidar com as montanhas, claro. Para comemorar a vitória em Foix, os ciclistas terão primeiro que lidar com a subida ao Port de Lers e depois avançar no Mur de Péguère. Os cerca de 20 quilômetros do cume em direção ao centro administrativo do Ariège não são particularmente difíceis.

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Onde assistir ao Tour de France 2022?

#TacoPapo BikeBlz

Com programas transmitidos AO VIVO todo Domingo às 18hs, com participação de Junimba, Allan Almeida, Adriana Nogueira, Edwin Contreras e convidados, nos nossos canais no Twitter, Youtube, Twitch e Facebook, nós aqui do BikeBlz vamos cobrir o Tour de France em programas especias com participação da equipe do site.

ESPN 3/Star +

ESPN 3 / Star + é o canal a oficial da prova para o Brasil com excelentes narrações do garoto de ouro da casa Renan do Couto e comentários do já folclórico Celso Anderson. Requer pacote de assinatura de TV a cabo e/ou streaming.

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GCN+ é um pacote de assinatura exclusivo de ciclismo, com transmissão do canal Eurosport (disponível apenas em inglês, francês, alemão e italiano). Corridas ao vivo ou por demanda de todas as provas do calendário. Tanto as provas masculinas, quanto as femininas, incluindo a temporada de Cyclocross. As provas têm transmissão geralmente de dois ex-ciclista profissionais: o excelente Sean Kelly (9X campeão de Clássicas Monumento, vencedor da Vuelta a España de 1988 e várias vitórias no Giro di Lombardia, Milan-San Remo, Paris-Roubaix e Liège-Bastogne- Liège) e Brian Smith. Algumas provas recebem também a excelente comentarista holandesa, José Been. Para ver as provas no Brasil é necessário instalar um VPN no navegador/browser, para simular um IP, destravando assim o bloqueio de geolocalização. Não é necessário fazer a assinatura do VPN. A sua versão gratuita atende bem.

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Tiz-Cycling é um site pirata que transmite ilegalmente e de graça o sinal de todas as provas de ciclismo do mundo. As Grandes Voltas (GTs), os campeonatos nacionais, as Clássicas Belgas, Paris-Roubaix, ciclismo feminino, cyclocross. Tudo! Veja a nossa ENTREVISTA EXCLUSIVA com 10 perguntas para o canal Tiz Cycling. Descobrimos que além de norte-coreano, apenas 3 pessoas são responsáveis pelo site. Todos malucos por ciclismo. Só pode.


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