Julho de 2023 é um mês que entrará para a História do Ciclismo. O Tour de France deste ano está sendo uma batalha tão histórica quanto frenética, recheada de grandes acontecimentos e expectativas. Todos os grandes momentos, giram em torno, obviamente da espetacular rivalidade Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma) vs Tadej Pogacar (UAE Team) que além de carregarem os três últimos títulos da Classificação Geral, dominam a disputa pela Camisa Amarela neste ano também.

Os astros-reis na terra dos Girassóis

O Ciclismo vive de grandes rivalidades. Os duelos inesquecíveis como  Fausto Coppi vs Gino BartaliBernard Hinault vs Greg Lemond, Armstrong vs Ullrich, Cancellara vs Boonen e, também, atualmente, Van der Poel vs Van Aert. O Tour encontrou um duelo de titãs particular para chamar de seu. O Esloveno da UAE e o Dinamarquês da Jumbo-Visma protagonizam na França uma guerra por segundos desde o primeiro dia e prometem seguir assim até Paris. Desde as primeiras colinas no país Basco, lugar do Grand Depart 2023, ambos protagonizaram um duelo à parte. Literalmente. Quando Tadej ou Jonas aceleram, não há rivais que se aproximem. No máximo Adam Yates (UAE) na primeira etapa ou Sepp Kuss (Jumbo-Visma) nos Pirineus. Se Pogacar conquistou segundos e até uma etapa nas subidas do País Basco, Puy-de-dôme e Cauterets-Cambasque, Vingegaard deu o golpe mais duro no Col de Marie Blanque, quando sacou 1 minuto ao rival. Uma disputa que, após nove etapas, chega equilibrada com apenas 17″ de diferença entre os dois máximos favoritos. O rival mais próximo aos dois é Jai Hindley (Bora-Hansgrohe), que chegou a vencer a 5ª etapa e vestir a Camisa Amarela por um dia, mas permanece a 2’40” de Pogi & Jonas . O Australiano da Bora está com vantagem de cerca de 1’30”, mas sua briga é mesmo pelo pódio contra Carlos Rodriguez (Ineos) e Simon Yates (Jayco).

Rivais até no trabalho de equipe

Com a disputa da Camisa Amarela tão polarizada entre o Dinamarquês e o Esloveno, a grande rivalidade da década do Ciclismo, Wout Van Aert (Jumbo-Visma) vs Mathieu Van der Poel (Alpecin–Deceuninck) não está tão evidente e destacada neste Tour. A verdade é que os dois grandes monstros do Cyclo-cross estão aparentemente aquém do esperado e apesar de Wout Van Aert disputar a vitória em algumas etapas, ambos estão mais focados nos deveres como gregários do que como líderes de equipe. Enquanto Van Aert surpreende novamente a todos escalando entre os melhores do mundo, mesmo pesando 10 quilos a mais que os outros, para trabalhar por Vingegaard. Mathieu Van der Poel tornou-se o embalador de luxo de Jasper Phillipsen (Alpecin–Deceuninck), sprinter Belga, que após chorar na Champs Elysees em 2021 e vencer duas etapas finalmente, em 2022, já leva três etapas neste ano e se torna o maior favorito para vencer ainda mais sprints e carregar a Camisa Verde até Paris.

Jonas Vingegaard no telefone após a etapa

Infortúnios, Confusão, Surpresas e Decepções.

Surpreendentemente, para um começo de grande volta sem cronos individuais ou em equipe, as etapas iniciais foram com menos acidentes que o previsto, porém devido a tombo, dois dos favoritos ao pódio tiveram de abandonar, Enric Mas (Movistar) e Richard Carapaz (EF-Easypost) logo na primeira etapa. Outros abandonos importantes foram de Mark Cavendish (Astana), que após uma queda severa teve de adiar o sonho de bater o recorde em vitórias de etapas (34) possivelmente por mais um ano, e Quinn Simmons (Lidl-Trek), Campeão Americano que caiu na etapa 5 e teve uma piora física com o passar dos dias.

Quem não abandonou mas sofreu, tanto com queda quanto para terminar as etapas, foi o sprinter Holandês Fabio Jakobsen (Soudal-Quickstep), que se envolveu em queda também na etapa 5, na chegada ao autódromo. Por falar em Soudal-Quickstep, a equipe de Patrick Lefevere segue sem vitórias neste Tour até o primeiro dia de descanso. Algo raro para quem tem Julian Alaphillipe Jakobsen, mas a transformação em uma equipe para disputar Classificação Geral com Remco Evenepoel está custando a manutenção da fama de rolo compressor em vitórias de etapas. Com os dois “líderes” da equipe neste Tour em final de contrato, restará ao velho Pat trazer seu Menino Lobo para o Tour 2024.

 

Grandes Voltas sempre trazem um novo status para alguns ciclistas que se destacam e a Ineos-Grenadiers, apesar de não ter ainda vencido etapa e já não disputar a Camisa Amarela, vê a ascensão de dois grandes talentos Carlos Rodriguez e Tom Pidcock figurando bem no top 10, bem como a ressureição de Egan Bernal, o último vencedor de Tour e Giro pela equipe Britânica. Um presente não tão brilhante, mas um futuro promissor. Outros nomes de destaque são Mattias Skjelmose  (Lidl-Trek) de apenas 22 anos, Felix Gall (AG2R-Citröen), Tobias Johannessen (UNO-X) e os Americanos Matteo Jorgenson (Movistar) e Neilson Powless (EF-Easypost). Todos com menos de 25 anos e bons resultados nas montanhas. Certamente nomes que veremos vencendo etapas e/ou corridas no futuro.

→ Saiba tudo sobre o Tour de France 2023

 

Tadej Pogacar

O que vem por aí

A segunda semana, tal qual a primeira, promete ser intensa e extremamente disputada. Com as diferenças de tempo para os líderes já bem consolidadas, há a probabilidade da corrida dividir-se em duas: uma luta pela vitória de etapa e outra pela Classificação Geral, já que a equipe (Jumbo-Visma) do Camisa Amarela, Jonas Vingegaard, não terá interesse que os bônus de fim de etapa estejam ao alcance de Tadej Pogacar. As etapas 10 e 12 prometem finais com emoção, devido ao percurso cheio de colinas, especialmente a etapa 12. a sequência 13, 14 e 15, cheias de montanhas Alpinas serão uma trilogia de tortura para os sprinters e deleite para os escaladores e espectadores. Se Jonas Tadej seguirem na mesma forma física, promete ser inesquecível.

→ Confira as etapas que estão por vir

 

Pascal  EENKHOORN (LOTTO DSTNY)

A semana final é um pouco atípica, com três etapas planas, uma crono e “apenas” dois dias nas montanhas. Uma crono com 20 kms, mas uma subida de 2 kms @ 9% de inclinação garante que os bons escaladores evitem perder tanto tempo nesta disciplina. No dia seguinte, um colosso no cardápio: três montanhas e entre elas, Cormet de Roselend e ao fim, o temido Col de la Loze, que é o ponto mais alto deste Tour com 2.300m de altitude máxima. Um dia com 5.400m de altimetria total acumulada. Aqui é muito possível que já saibamos quem será o Campeão deste Tour. Sem dúvidas, a Etapa Rainha desta edição.

Quarta, 19.07.2023

ETAPA RAINHA DO TOUR DE FRANCE (17)

SAINT-GERVAIS MONT-BLANC > COURCHEVEL
165,7 km / Alta montanha (5399 m)

A etapa será um grande desafio, com mais de 5.000 metros de ganho vertical para enfrentar ou explorar ao longo do dia. O final contará com a segunda visita do Tour ao impressionante Col de la Loze, depois mergulhará em Courchevel, onde a batalha final acontecerá na pista de 18% do altiporto.

Para recompensar os sprinters que sobreviverem a este inferno dantesco, as etapas 18 e 19 serão em chegadas planas e no dia 20, a tortura e disputa final pela Camisa Amarela e demais lugares na Classificação Geral: uma etapa com 6 escaladas categorizadas, entre elas Ballon d’Alsace, Pettit Ballon e a escalada final do Tour 2023: o Col du Platzerwasel, uma montanha com 7,1kms @ 8,4% de inclinação média. O último tormento e chance de causar algum dano aos rivais.

Para encerrar, o já tradicional passeio ciclístico pela Cidade-Luz  com o famoso sprint na Champs-Elysees. O percurso deste Tour é simplesmente irretocável e os artistas do espetáculo fazem jus à rota que lhes foi imposta. Se a primeira semana/metade foi sufocante, as 12 etapas finais prometem ser ainda mais. Nos resta torcer para que os grandes favoritos sigam equilibrados e dando show até o fim e que não tenham quedas ou adoecimentos que impeçam esta edição de entrar pra História. Se você chegou até aqui pela série da Netflix, saiba: você não está apenas vendo o melhor do Ciclismo. Está vendo coisas do melhor de todos os esportes. O Ciclismo é talvez, a fronteira final do máximo de esforço humano e o Tour de France é a jóia desta coroa. Bem-vindos à História. Pelas duas próximas semanas, assistiremos a cada linha ser escrita, juntos.

Vive le Tour, Vive le Velo!

→ Onde assistir ao Tour de France 2023?

ESPN 3/Star +

ESPN 3 / Star + é o canal a oficial da prova para o Brasil com excelentes narrações do garoto de ouro da casa Renan do Couto e comentários do já folclórico Celso Anderson. Requer pacote de assinatura de TV a cabo e/ou streaming.

GCN+

GCN+ é um pacote de assinatura exclusivo de ciclismo, com transmissão do canal Eurosport (disponível apenas em inglês, francês, alemão e italiano). Corridas ao vivo ou por demanda de todas as provas do calendário. Tanto as provas masculinas, quanto as femininas, incluindo a temporada de Cyclocross. As provas têm transmissão geralmente de dois ex-ciclista profissionais: o excelente Sean Kelly (9X campeão de Clássicas Monumento, vencedor da Vuelta a España de 1988 e várias vitórias no Giro di Lombardia, Milan-San Remo, Paris-Roubaix e Liège-Bastogne- Liège) e Brian Smith. Algumas provas recebem também a excelente comentarista holandesa, José Been. Para ver as provas no Brasil é necessário instalar um VPN no navegador/browser, para simular um IP, destravando assim o bloqueio de geolocalização. Não é necessário fazer a assinatura do VPN. A sua versão gratuita atende bem.

Tiz-Cycling

Tiz-Cycling é um site pirata que transmite ilegalmente e de graça o sinal de todas as provas de ciclismo do mundo. As Grandes Voltas (GTs), os campeonatos nacionais, as Clássicas Belgas, Paris-Roubaix, ciclismo feminino, cyclocross. Tudo! Veja a nossa ENTREVISTA EXCLUSIVA com 10 perguntas para o canal Tiz Cycling. Descobrimos que além de norte-coreano, apenas 3 pessoas são responsáveis pelo site. Todos malucos por ciclismo. Só pode.


Start List

Confira a lista completa dos atletas aqui →


Velogames

O Tour de France claro terá o seu Velogames e é sempre um dos mais animados e disputados, então venha se divertir com a gente. Monte agora o seu time e participe da nossa Liga BikeBlz > #372551612

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Roadbook e App Oficial

Para acompanhar todos os detalhes da prova, aproveite e baixe também o RoadBook com todas as informações para você não perder nada.
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Você também pode baixar o App oficial da prova e ter todas as informações ao alcance dos dedos.
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Mas é legal divulgar canais não oficiais/piratas que fazem a transmissão das corridas?

Sinceramente não. O site BikeBlz recomenda a todos os seus seguidores que comprem os seus devidos pacotes de TV a Cabo ou assine um serviço de streaming disponível, principalmente para garantir a qualidade da transmissão, sem travamentos, imagens em HD e possibilidade de ver as provas quando você bem entender. Mas todos sabem que assistir ciclismo é uma tarefa por vezes hercúlea. Não passa em todo lugar, é difícil acompanhar…não é fácil.

Já foi bem pior pra falar a verdade, portanto por mais que não seja a mais legal das ações, acreditamos que assim, possibilitamos que mais gente tenha contato com o esporte e só assim ele poderá influenciar, crescer e atingir as massas. Em determinado momento, esse espectador passará a ser um seguidor e um consumidor do esporte. Comprará pacotes de TV ou streaming para ter mais qualidade de imagem. Contribuindo com toda a cadeia. Portanto dividir este conhecimento por agora, é o que mais achamos importante. Quanto mais gente tiver acesso ao esporte, seus incríveis atletas, suas lendas e histórias, mais gente ganha. Por isso que compartilhamos tudo isso aqui.

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