Primeira parte do Tour ultrapassada, foram 10 dias de guerra na estrada entre os favoritos e fora dela a coisa está ainda mais animada com um Pogacar+Remco versus Vingegaard. O Tour este ano decidiu arriscar e partiu da Itália e os italianos não desiludiram, fizeram questão de mostrar que o Tour para eles não é o Giro, há duas coisas que o italianos jamais irão tolerar:

  1. Ananás na pizza
  2. Tour maior que o Giro

Mas vamos ao que interessa, os protagonistas:

O ‘nervoso’ Tadej Pogacar

E não é que o esloveno descobriu que o Tour não é o Giro. Ao contrário do Giro, onde o adversário mais ‘complicado’ era o Dani Martinez Poveda, aqui está o bi-campeão em título, temos um ciclista que já venceu quatro grandes voltas, campeões do mundo e o Juan Ayuso.

Sim, foi o mais forte e neste momento é o grande candidato a ganhar este Tour, está na pole-position, mas por esta altura no Giro a luta era pelo 2º lugar e ao contrário, o Tour está bem aberto.
As declarações no final da Etapa 9 mostraram um Pogacar nervoso e incomodado, isto de ter rivais é uma afronta e profundamente lamentável.

Remco, ‘futebolista’

Primeiro Tour positivo até agora, atualmente em 2º só atrás de Pogacar e já venceu uma etapa. Agora vem o pior, as etapas com subidas de alta-montana encadeadas, muito acumulado e descidas.
Será que vai conseguir ter bolas para seguir Pogacar e Vingegaard ou vai ficar no grupetto a apreciar as bolas do Bini ou Philipsen?

Vingegaard, ‘matemático’

Segundo Remco e Pogacar, Vingegaard devia ter colaborado com eles, para depois ser descarregado e um garantir a Amarela e o outro o pódio em Nice. O plano era brilhante, o problema é que o dinamarquês não é assim tão burro. Ao final de 10 etapas está a 1 minuto e 15 segundos de Pogacar, diria que não é nada mau, podia ser melhor, mas depois da queda do País Basco, de uma preparação apertada e sem competição nas últimas 3 semanas, só tem dois na frente da classificação, o que não diz muito bem de Roglic e companhia.

Roglic, o primo desaparecido

Fez um contra-relógio competente, não caiu (milagre) e pouco mais. (atualizando: caiu hoje) e tem tentado perder o menos tempo possível e nem a equipe o tem salvo. A Red Bull-Bora tem sido uma desilusão, afinal não deu asas, pelo menos até agora. Se o objetivo é ganhar o Tour, acho que vai necessitar de um segundo milagre.

Bini Bini

Obrigado Bini. Como é saboroso ver Philipsen perder depois de no ano passado ele e a sua equipe de rufias da Alpecin terem-te feito bullying. Segura essa verde, campeão.
NOTA: Este texto foi escrito antes da etapa 10. A azia é total neste momento.

Cavenderckx

Finalmente caiu o record de Eddy Merckx, as impressionantes 34 vitórias de etapas no Tour pertencem ao passado. Cavendish conseguiu a sua 35ª vitória com um sprint digno da sua carreira, avassalador e dando uma surra em Jasper Philipsen, para o júbilo do público.

A rivalidade ibérica

Vou ser claro e direto. O que o Ayuso precisa é de uns açoites bem dados naquela bunda para aprender a não se meter com os descendentes da padeira de Aljubarrota.

Os reis decrépitos

Um ainda está a recuperar da queda grave da primavera, o outro está a se preparar para os Jogos Olímpicos. Até por estas coisas são os melhores da história, dão-se ao luxo de se apresentarem na maior prova do mundo coxos e a meio gás.

Vive la France

Três vitória de etapa: Bardet, Vauquelin e Turgis. O único fato negativo é a falta de um ciclista para a geral, Gaudu começou este Tour no grupetto.

À bientôt!

Fotos: Charly Lopes, Billy Ceusters (A.S.O.)

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