A menos que você more numa caverna isolada, provavelmente já sabe: ele fez de novo. Tadej Pogačar (UAE), atual campeão do Tour de France, fez um contrarrelógio perfeito a 51km/h e simplesmente destruiu os rivais. Não só venceu a etapa como abriu uma tremenda vantagem até para os melhores contrarrelogistas do Mundo. Stefan Küng (Groupama-FDJ), Campeão Europeu, ficou a 19″ do vencedor. Wout Van Aert (Jumbo Visma), prata nesta disciplina e no Mundial de 2020, foi 30″ mais lento também. Os principais rivais para a Classificação Geral, Primoz Roglic (Jumbo Visma) e Carapaz (Ineos Grenadiers) perderam 44” e 1m44”, respectivamente.
Como foi o quinto dia na França
Entre os primeiros ciclistas a largar, Mikkel Bjerg (UAE) e Stefan Bisseger (EF-Nippo) estavam entre os favoritos para marcarem bons tempos. O Dinamarquês, apesar da chuva, conseguiu estabelecer uma boa marca, completando a prova com 49 km/h de velocidade média. Bisseger que quase caiu em uma curva devido ao asfalto molhado, fechou a prova 20” mais lento, mas são e salvo.
Brandon Mcnulty (UAE) não teve tanta sorte e além de um furo, também caiu, perdendo mais de 5 minutos ao cruzar a meta.
A chuva parou e Stefan Küng, Suíço da FDJ e Campeão Europeu de Contrarrelógio, largou em melhores condições climáticas. Com a pista seca, ele pôde aproveitar cada curva e descer a toda velocidade para registrar o tempo de 31’41”. Apenas Jonas Vingegaard (Jumbo Visma) parecia ameaçar a vitória do Suíço nas parciais, mas fechou 8” mais lento.
A partir daí, os favoritos à Classificação Geral começaram a largar. Então a briga pela etapa parecia resolvida, restando apenas saber quem vestiria a Camisa Amarela e quanto tempo os líderes perderiam entre si. O primeiro deles, foi Primoz Roglic. O Esloveno da Jumbo perdeu tempo na etapa 3 devido a um tombo e precisava desesperadamente recuperar alguns segundos. Depois largaram Rigoberto Uran (EF-Nippo), Richard Carapaz (Ineos Grenadiers), Pogačar, (UAE), Wout Van Aert (Jumbo Visma) e Julian Alaphilippe (Deceuninck-Quickstep). Por último, o então líder Mathieu Van der Poel (Alpecin-Fenix).
O previsto era que Alaphilippe ou Van Aert vestiriam a Camisa Amarela, pois Van der Poel não treina regularmente na bike de ITT (e não tem muita experiência nesta disciplina), também era esperado que os líderes da GC teriam diferenças de tempo na casa dos segundos ou no máximo de um minuto. Mas, como já deveríamos ter nos acostumado, com estes ciclistas, nada corre sem surpresas.
Na primeira parcial, Roglic passou bem, com tempo próximo aos melhores, mas o que talvez poucos esperavam, era que o estava por vir. Pogačar detonou o tempo de Vingegaard e voava baixo em direção à Camisa Amarela. Mais atrás, Alaphilippe e Van Aert iam ao máximo de suas forças pra tirar a Amarela de Van der Poel, que também surpreendia, com tempos idênticos ao do arqui-rival Belga. A tônica se repetiu na parcial seguinte e Van der Poel só desacelerou um pouco nas curvas finais, mas conseguiu manter-se com uma vantagem mínima para não perder a Camisa de Líder. Já Pogačar estava imparável. Depois do último Tour e o que ele fez no contrarrelógio em Belle Filles, apesar de boas performances, nenhuma repetiu algo similar aquele desempenho. Até hoje. Provocando mais um novo deslumbre geral do mundo ciclístico.
É simplesmente como se ele estivesse em nível próprio: escala como poucos, se defende como ninguém e quando corre contra o cronômetro, o faz como se a vida dependesse disso. A etapa de hoje deixa uma clara e retumbante mensagem:
“O Tour tem um novo patrão e ele veio para ficar.”
Em três semanas, muita coisa pode acontecer, mas a não ser que haja algum tombo ou furo de pneu, parece praticamente impossível aos rivais, derrotar o provável bicampeão mais jovem da história do Tour.
(Fotos: A.S.O)
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