No primeiro dia nos Alpes, Dylan Teuns conquistou uma incrível vitória e a segunda em dois dias para a Bahrain Victorious. Mathieu Van der Poel (Alpecin-Fenix) deu adeus à Camisa Amarela depois de uma primeira semana histórica. Geraint Thomas (Ineos) e Primoz Roglic (Jumbo-Visma) abandonaram o grupo de favoritos logo no começo da etapa, sentindo os tombos sofridos e Mark Cavendish (Deceuninck-Quickstep) escalou melhor que Chris Froome (Israel-StartUp Nation). Todas estas são histórias incríveis e que mereceriam destaque, porém Tadej Pogačar (UAE) novamente conseguiu ofuscar todos estes enredos com uma performance que parece pertencer a outro século. Um feito como os ataques de Bernard Hinault, Miguel Indurain…coisa que não parecia possível no ciclismo moderno.

Mathieu van der Poel perdeu a Camisa Amarela nesta etapa, como esperado

A etapa começou com uma dura subida e, depois dos 250 quilômetros de ontem, boa parte do pelotão sofreu desde o início. Naturalmente, a subida causou quebras e os atletas se dividiram em vários grupos. Diversos atletas tentaram entrar na fuga, até o Camisa Branca e favorito Pogačar. Sprinters como Arnaud Demàre (FDJ) e Cavendish ficaram para trás, assim como ciclistas lesionados como Roglic, Thomas e Froome.

Sonny Colbrelli (Bahrain-Victorious) e Michael Matthews (Bike Exchange), sprinters mais versáteis, conseguiram entrar na fuga junto com alguns escaladores e ciclistas especialistas em ganhar etapas na fuga. Mathews e Colbrelli ainda disputaram o sprint intermediário vencido pelo italiano da Bahrain.

A partir daí, as montanhas chegaram e com elas, o show de Tadej Pogačar. No Col de Romme, Davide Formolo era o último gregário da UAE. Assim que ele esgotou as forças à frente do grupo, Pogačar arrancou montanha acima. Richard Carapaz (Ineos Grenadiers) foi o único capaz de seguí-lo. À frente, Michael Woods (ISN) corria solo para encarar o Colombière com vantagem. Dylan Teuns e Ion Izaguirre (Astana) eram os perseguidores do Canadense. Atrás, o Camisa Branca e o Equatoriano da Ineos subiam juntos no que parecia ser um mano-a-mano memorável. Mas apesar de ser um incrível escalador, Carapaz não foi páreo para o espetacular Esloveno que seguiu sozinho para coroar Romme e subia como Pantani, flutuando para cima.

Os rivais, remanescentes da fuga, eram ultrapassados por ele, que passava como uma moto. Como um atleta no pico de suas capacidades e sem rivais à altura. A vantagem de 5 minutos que os escapados (Woods, Izaguirre e Teuns) tinham sobre ele, se desmontava como areia no vento.

Dylan Teuns seguiu sozinho até a linha de chegada

No topo do Colombière, Teuns foi o primeiro a passar, mas a vantagem para Pogačar era de apenas 15 segundos. Woods e Izaguirre seguiram o ciclista da UAE montanha abaixo até Le Grand Bornand. Teuns teve a liberdade de vencer a etapa e dedicar, emocionado, ao avô que faleceu pouco antes do Tour largar. Pogačar cruzou em quarto, depois de assombrar o pelotão com mais uma demonstração de poder. Mais do que o suficiente para vestir a camisa amarela e com uma vantagem de mais de 4 minutos sobre o rival mais próximo a brigar pela Classificação Geral.

Mais uma exibição de Tadej e cada vez mais clara a mensagem de que estamos numa nova era. A Era de Pogačar. Se Froome dominou os anos 2010, a década de 20 parece já ter o seu patrão. Com um contrarrelógio como de um trem-bala e a escalada como uma moto, não parece existir neste mundo, quem seja capaz de parar o provável mais jovem bicampeão da história do Tour de France. Ainda há duas semanas a disputar, tudo pode acontecer, mas neste final de semana, nos Alpes, os rivais tomaram um duro golpe, na estrada e na moral.

Tadej Pogacar cruzou em quarto e conquistou a Camisa Amarela em uma exibição inacreditável

(Fotos: A.S.O)

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