Hamburgo é a segunda maior cidade da Alemanha, com o segundo maior porto da Europa e está ligada ao Mar do Norte pelo Rio Elba. A cidade, fundada em 808 tem muita história e se desenvolveu pra valer a partir do século 17. E um bairro em especial, do seu então subúrbio, chamado ‘Hamburger Berg’ (montanha de Hamburgo), atraia atenção para fora dos portões da cidade vizinha de Hamburgo e perto da cidade de Altona. E logo, negócios que não eram desejados nem dentro de Hamburgo, nem de Altona, como por exemplo, por seu cheiro ou barulho, foram relegados a ‘Hamburger Berg’. Dentre esses negócios, os fabricantes de corda (ou ‘Reeper’ em alemão), tão essenciais na ocasião, para uma cidade debruçada sobre o seu porto.

Bairro de St Pauli

Até que no final do século 17, as pessoas foram oficialmente autorizadas a viver naquela região e a prefeitura transferiu asilos e hospitais da cidade para ‘Hamburger Berg’, que recebeu posteriormente o nome de sua igreja, ainda existente no local, de ‘St . Pauli’. A partir daí, a região se desenvolveu e passou a receber principalmente marinheiros em busca de entretenimento durante sua estadia na cidade, o que acabou criando uma personalidade própria, bem diferente dos hoje, bairros vizinhos.

Foi também em Hamburgo que os Beatles começaram a fazer sucesso e desde os anos 60, a música e o entretenimento têm um papel fundamental para a cultura local, combinando os mais diversos tipos de diversão, de musicais, teatros, bares e boates, assim como o seu distrito da luz vermelha.

É de lá também que vem o mais cultuado clube de futebol do mundo, marcado por sua resistência e contracultura: o FC St. Pauli. O time de Hamburgo é local de acolhimento das mais diversas facetas da minoria ética, sexual e também é o braço esportivo de alguns partidos militantes da esquerda. E por tudo isso, o bairro é um dos mais famosos em toda a Europa e conhecidíssimo pela Reeperbahn (Rua da Corda), habitada por proletários, trabalhadores do porto, pelos punks e por suas prostitutas.

O clube de futebol FC St. Pauli

Único, barulhento, chamativo, extravagante, moderno e, acima de tudo, colorido, toda essa história nos chamou atenção e percorrendo a cidade até chegar ao bairro de St. Pauli encontramos quatro das bike shops mais iradas da cidade e que trazemos agora para você nessa matéria especial. Não perca!

Van Moof

A primeira loja visitada em Hamburgo, foi da Van Moof, marca holandesa que de alguma maneira, revolucionou o mercado, trazendo e-bikes modernas, de design diferenciado e de alta qualidade. A marca tem como premissa, controlar o máximo possível da experiência do consumidor, o que significa que ela projeta a bicicleta, vende no site e nas suas lojas próprias. Hoje 80% dos pedidos são feitos online. A marca conta ainda com um excelente pós-venda e em Hamburgo, oferecem o serviço de aluguel da bike por 83€ por mês. Pechincha?

Oficina da loja Van Moof em Hamburgo

CCHH Hamburgo

Passamos também por uma das maiores lojas conceito da Specialized na Alemanha e segundo eles, o maior Parceiro Premium da marca no Norte Europeu. A CCHH foi fundada em 2013, e possui os modelos mais novos e modernos da marca Americana em um espaço amplo, bonito e que respirava Euros que não temos, mas deu ao menos para colecionar as fotos.

A loja conceito CCHH da Specialized em Hamburgo

Suicycle

E já no bairro de St. Pauli, chegamos na Suicycle. A nossa favorita! Uma loja cheia de personalidade e que de cara já mostra a que veio: “Pedale seguro, seja gentil. Por Tolerância, Liberdade e Diversidade”. A loja tem uma bela coleção de quadros, rodas e bicicletas, além de uma curiosa logomarca e uma sessão inteira de camisetas, meias, tênis e acessórios destinada ao público mais descolado de ciclistas, ‘fixeiros’ de plantão e os maiores hipsters da cidade. Na frente da loja, um grafite dizia: “Leave no one behind” – Não deixe ninguém para trás. Adoramos!

Re.Cycle

E por último, ainda descobrimos a Re.Cycle! Uma organização sem fins lucrativo que trabalha na integração profissional de pessoas com deficiência. Onde você pode comprar uma bicicleta ou mesmo levar a sua velha para ser consertada. A loja de bicicletas em Altona reserva metade de seus empregos para pessoas com deficiências graves e que muitas vezes não têm chance no mercado de trabalho.

Mecânicos experientes estão à disposição para auxiliar os colaboradores com deficiência no dia-a-dia, instruindo-os e ensinando-lhes o ofício. A loja recebe bicicletas velhas de associações, que são deixadas para trás no porão e uma vez chegando lá, elas são trazidas de volta à forma e vendidas na loja. Funciona desde 2012 e como uma empresa de integração, é financiada pela Agência Federal de Emprego e pelo Escritório de Integração de Hamburgo. Além dos empregos nas lojas de bicicletas, a empresa também reserva vagas em jardinagem e paisagismo para pessoas com deficiências. Uma excelente iniciativa! Pena que estava fechada quando passamos por lá, mas adoramos conhecer seu propósito. Espero que inspire outros negócios parecidos pelo mundo.

Se um dia você for visitar Hamburgo, não esqueça de levar o seu casaco pro vento e pro frio. 😉 Espero que você tenha gostado das visitas.

One reply on “As bike shops mais iradas de Hamburgo”

  • alcysio
    4 de janeiro de 2022 at 13:07

    Po, faltou a Piraat! Passava por ela todos os dias quando morei em hamburgo. é bem no centro da cidade.

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