Resumo breve: 15 dias, 15 etapas, desde o País Basco até aos Alpes, 10 segundos separam os dois aliens e depois existe um abismo para os humanos. A terceira semana promete nova luta alienígena com os humanos a aproveitar os restos, desta guerra sem quartel.

O duelo

Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma), ‘o Pescador’ vs Tadej Pogacar (UAE), ‘o Maneta’

Dois aliens com personalidade oposta. Um é explosivo o outro é um ‘diesel’, um é extrovertido o outro é tímido, um manda piadas nas redes sociais após as etapas o outro prefere ligar para a esposa, um é rapper o outro nem deve saber quem é o Eminem, um é ‘mediterrânico’ o outro é nórdico, um é amado por grande parte dos adeptos do ciclismo, o outro é odiado porque é o grande obstáculo do seu amado e o nunca mais acabaria…

A diferença entre eles nesta semana, foi apenas de 7 segundos, a favor do maneta que muito atacou. Já o pescador aguentou-se muito bem.

10 segundos é o que os separa, com vantagem para o Pescador, veremos o que o Maneta nos reserva nesta terceira semana.

O Maneta e o Pescador

Os humanos

Carlos Rodriguez, Carlitos
Desde que ‘assinou’ com a Movistar que ninguém pára Carlitos. O toque de Midas de Eusebio Unzué é indiscutível. Já leva uma vitória de etapa e por enquanto está no pódio.
O feito é ainda mais notável sabendo que praticamente não tem gregários, Pidcock faz a sua corrida e os ciclistas restantes da Ineos, andam entretidos nas fugas e a gravar podcasts.

Jai Hindley, o aussie mais italiano
A queda pode não justificar tudo, mas o canguru desde que beijou o solo, não parece o mesmo. O vencedor do Giro 2022 está praticamente arredado do pódio e o lugar no Top 5 está em perigo.
Se a terceira semana fosse na Itália, Hindley era menino para ainda ir ao pódio.

Jai Hindley

Simon Yates, o bipolar
Começou forte como o aço, ainda teve tomates para atacar os aliens no Puy de Dôme, mas o gás está a esgotar. Ainda por cima, a cada descida perde o trem dos rivais. Nesta segunda semana parecia o Zakarin no auge.

Adam Yates, o co-líder
Está numa luta intensa pelo pódio, embora a sua missão prioritária é ser lançador de sprint de montanha do Pogacar.

Adam Yates, o lançador de sprint de montanha do Pogacar.

Tom Pidcock, o comilão
Estava a correr demasiado bem, até que…boom. Diz ele que foi porque não se alimentou, mas no dia seguinte voltou a fraquejar, o chef da Ineos é o culpado. Ainda por cima o pesadelo outonal, invernal e primaveril passou também para o verão, Wout Van Aert descarrega Pidcock em qualquer estação do ano.

Sepp Kuss, melhor gregário de montanha do mundo
Destruidor de sonhos dos trepadores, esteve mais apagado nesta segunda semana, mas mesmo assim chega para estar em 6º da Geral. Com o Giro nas pernas e a queda na 15ª etapa devido à estupidez de um espectador, suspeitamos que possa vir a pagar um pouco na 3ª semana, mas estamos a falar de Sepp ‘mothafucker’ Kuss.

Sepp ‘mothafucker’ Kuss

David Gaudu, a nova bunda do pelotão
O eucalipto de Madiot transformou-se na nova bunda do pelotão. Com o abandono de Louis Meintjes, Gaudu é o homem que fecha sempre o pelotão desde do Km 0. O resultado final também promete ser parecido ao mestre sul-africano, entre o 7º e 10º posto. Para quem passou um ano em propaganda pelo pódio, ostracizou Démare, torceu o nariz a Pinot e fez streams na Twitch a mandar umas bocas, está no bom caminho…para ser gregário em 2025 de Lenny Martinez.

Romain Bardet, o verdete
Tour para esquecer, aconteceu-lhe de tudo, a queda massiva foi o golpe final. Foi pena, porque estava ansioso por aqueles ataques de Bardet, que não fazem muito sentido, mas anima a prova. O Tour perdeu um animador.

Mikel Landa, ex-semi-Deus
O Landismo já não é o que era. Não ganhava nada, mas pelo menos subia perto dos melhores, agora nem isso. Tem levado minutos. Então fez o lógico: apostou nas fugas. Na primeira tentativa a Jumbo-Visma não permitiu, na segunda foi descarregado pelo Poels, Van Aert, Burgaudeau e Craddock no Mont Blanc.

O Landismo já não é o que era

Louis Meintjes, a bunda do pelotão
A bunda do Pelotão foi ao chão e teve de ir para casa. Entretanto o Gaudu tem sido um bom substituto.

Pello Bilbao, ‘o’ basco
Primeira semana deixou orgulhoso Haimar Zubeldia, a segunda nem tanto. Ganhar uma etapa através de uma fuga onde colocou a cara ao vento, não é coisa que Zubeldia aprecie.

Pello Bilbao colocou a cara no vento e venceu

Emanuel Buchmann, o homem dos livros
Nem a Camisa de Campeão Alemão consegue destacá-lo. O único momento que o vi nesta semana foi na queda que esteve envolvido na 15ª etapa.

AlPacino

Jasper Philipsen, Disaster
Quatro vitórias de etapas, três com artimanha e uma limpinha, limpinha, limpinha. Christoph Roodhoof é o Patrick Lefevere sóbrio, farta-se de ganhar de qualquer maneira e feitio, mas mantém sempre a mesma cara, a cara de quem está mortinho para ir c*gar.

Philipsen tem quatro vitórias de etapas, três com artimanha e uma limpinha

Mathieu van der Poel, o melhor da história
Afinal está no Tour a preparar os mundiais de estrada e MTB. Até nisto é o melhor da história. Quem é que se atreve usar o Tour de France para preparar outras provas? Diga um, diga um (os tugas vão perceber a referência).

Mathieu van der Poel, o melhor da história

Público

Bundas ao léu, fumo na beira da estrada, selfies no meio da estrada enquanto o pelotão passa e tentativas de roubo da água dos ciclistas. Não seria um verdadeiro Tour sem o publico idiota. Uma tradição ancestral que todos os anos em julho, marca a sua presença.

Au revoir, à la prochaine.


Fotos: Pauline Ballet/Charly Lopez

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