Escolhi uma bicicleta nova! Ainda não chegou, mas já estão montando. Escolhi pela foto, na internet, como se faz hoje em dia. Mas também fui na loja, olhei, peguei, levantei, mas ainda não andei.
Quadro, garfo, banco e luva são pretos. Guidão, freios, manetes, canote, avanço, coroa, pedivela e pedal, prateados. Tem uma marcha, o suficiente para a cidade plana.
O guidão é reto, com o avanço clássico, que rosqueia direto na espiga do garfo, sem espaçadores. Um parafuso grande na quina prende a peça à bicicleta, pela caixa de direção, e um outro parafuso pequeno, único, prende o guidão, que precisa entrar pelo avanço, por um dos lados, e prender no meio. Por isso, para soltar o guidão, precisa deixá-lo metade pelado antes, tirando uma manopla e uma manete.
As manetes do freio são curtas, para dois ou três dedos. Tem uma curva suave, para frente, que segura os dedos para dentro, mesmo que só dois deles, ainda que suados. Os freios prateados nas rodas pretas, com pneu de faixa amarela, e um brazão prateado da marca fixado no tubo da frente, entre o pneu e o guidão.
Na parte de baixo, o pedal é de alumínio, com passadores para faixas, uma espécie de clip moderno, feito com velcro. As faixas são úteis se quiser usar o pinhão fixo, que vem num dos lados da roda, no sistema que chamam de flip-flop: pinhão fixo dum lado, livre do outro. Vou começar com o tradicional e tentar o fixo quando o espírito livre se cansar.
A relação é 48×16, com uma corrente de aço polido um pouco mais larga que a corrente das bicicletas leves e fininhas.
O quadro preto tem o tubo de cima reto e os tubos traseiros saindo da mesma altura de onde entra o canote, aquele desenho que toda criança faz quando desenha uma bicicleta. O garfo é levemente curvado, com um detalhe onde os dois lados se juntam. Em cada um dos lados tem uma camada do aço sobreposta na lateral, com forma de flâmula. No tubo do meio, tem dois parafusos preparados para o suporte da caramanhola. Na lateral deste tubo, o nome da marca, em branco, escrito com uma Helvetica ou talvez mesmo Arial, decorado com um retângulo branco entrecortado por diagonais, como um rastro deixado pelas letras.
Será que é gostosa de pedalar? Macia, bamba ou barulhenta? Não sei, só sei que é bonita.
Ciclopalavras por Kleto Zan
Fotos: Rouen.cc
Kleto Zan é engenheiro de software, ciclista e detesta fotografia, mas escreve como ninguém.
