Vuelta a España, a terceira grande volta da temporada, a prova dos ‘muritos’, dos ‘caminhos de cabra’ e das imagens de helicóptero desde a estratosfera.

Vamos então aos nomes e fatos que mais me chamaram a atenção até o momento:

O lobito

Remco Evenepoel (Quick-Step) chegou à Vuelta em grande forma, depois de ter estraçalhado a concorrência na Clásica de San Sebastian. A forma como dominou a concorrência nestas primeiras nove etapas impressiona, mesmo sem uma super equipe. O campeão do mundo Julian Alaphilippe (Quick-Step) tem feito um bom trabalho, mas Evenepoel não precisou de ninguém para despachar todos os rivais da sua roda, a fazer lembrar os tempos de júnior.

Remco Evenepoel dominou a concorrência

O Tio Pat está eufórico e com razão, pelo contrário a jihad tuga está deprimida e também com razão. Mas faltam duas semanas e muita coisa pode passar, uma coisa é certa, tanto o Tio Pat como a jihad tuga vão dar espetáculo fora da estrada.

Roglismo e as abelhas

A Jumbo-Visma decidiu fazer um rodízio da Camisa Vermelha pela sua equipe nas primeiras etapas depois de vencer o contrarrelógio coletivo no primeiro dia. Robert Gesink, Mike Teunissen, Edoardo Affini e Primoz Roglic vestiram-na, todos por pouco tempo.

Primoz Roglic no primeiro ‘murito’ da prova, não deu qualquer hipóteses à concorrência e todos pensaram que o velho Roglic estava de volta. Mas a lesão do Tour e a falta de preparação não perdoou nas subidas mais longas, no Pico Jano perdeu minuto e meio para Evenepoel e Enric Mas, em Fancuaya aguentou-se com eles e em Les Praeres perdeu 52 segundos para Evenepoel. Está a quase 2 minutos de Evenepoel, sem uma quebra do Belga dificilmente ganhará a sua quarta Vuelta, mas ele é uma abelha e como vimos no Tour, para as abelhas não há impossíveis. Será que a abelha derrota o lobo?

Remco vestiu a Camisa Vermelha no primeiro murito, mas por pouco tempo

O futuro espanhol

Juan Ayuso (UAE) 19 anos e Carlos Rodriguez (Ineos Grenadiers) 21 anos, acabam este bloco como líderes das suas equipes e estão a deixar a Espanha em êxtase, são a antítese de Enric Mas (Movistar) que apesar de estar em segundo, a sua vertente conservadora não agrada à ‘afición’ Espanhola. Enquanto isso, João Almeida (UAE), Tao Hart e Pavel Sivakov (Ineos Grenadiers) são segundas espadas e poderão estar condenados a trabalhar para eles ou então podem inspirarem-se no Landismo e libertarem o espirito livre dentro deles.

Enric Mas está em segundo mas não agrada à ‘afición’ Espanhola

O canhão irlandês

Sam Bennett (Bora-Hansgrohe), o Irlandês que Lefevere adora, começou esta Vuelta em alta rotação. Bastaram dois dias para transformar um ano miserável numa boa temporada. Foi o rei do sprint, nas duas chegadas em pelotão massivo, dominou a concorrência e deixou Tio Pat ainda mais apaixonado.

Uma palavra para o melhor lançador de sprint do mundo da atualidade, Danny van Poppel (Bora-Hansgrohe). O reino de Michael Morkov (Quick-Step) acabou este ano.

Sam Bennett já venceu duas

Os outros

Simon Yates (BikeExchange) foi dos poucos que tentou mexer na hierarquia, mas sempre sem sucesso. Enquanto Jai Hindley (Bora-Hansgrohe), Thymen Arensmann (DSM), Hugh Carthy (EF Easypost), Miguel Angel Lopez (Astana)…limitam-se a sobreviver e estão condenados a lutar pelos lugares no Top-10.

Uma palavra para Richard Carapaz (Ineos Grenadiers), chegou à Vuelta como um dos principais candidatos, tem sido uma miséria que culminou com um fone fora da orelha para não ter de receber ordens da equipe.

Richard Carapaz, Simon Yates, Jai Hindley, Thymen Arensmann, Hugh Carthy, Miguel Angel Lopez limitam-se a sobreviver

Transmissão TV

Tenho de dar os parabéns à TVE, este ano a transmissão inovou e de que maneira. Na primeira vitória de Jay Vine (Alpecin-Deceuninck), a imagem do Australiano a passar a linha de meta era uma magnifica imagem em branco, a criatividade Espanhola não tem limites. Não é por acaso que este país deu ao mundo: Picasso, Goya, Dali, Velasquez, Miró e a idosa de Borja.

Dois dias depois, a TVE decidiu homenagear o Giro 2021 e ficamos sem imagens durante a subida decisiva, quando regressou, já só tínhamos Evenepoel, Enric Mas e Roglic no grupo principal! Jay Vine também venceu essa etapa, mas desta vez tivemos imagens dele a passar a linha de meta, decepcionante.

Na primeira vitória de Jay Vine, a neblina escondeu a linha de chegada

Fugas

Marc Soler (UAE) foi o primeiro a vencer pela fuga e mostrou que é um espirito livre tão lendário como Mikel Landa (Bahrain), incrível como o #solerismo ainda não conquistou o coração dos adeptos do ciclismo.

Outro grande momento foi quando Jesus Herrada(Cofidis) bateu Samuele Batisttella (Astana) e Fred Wright (Bahrain) ao sprint em Cistierna, depois de uma fuga agônica.

Mas a grande estrela desta primeira semana, além de Remco foi Jay Vine (Alpecin-Deceuninck), que venceu no Pico Jano atacando no grupo de favoritos aguentando o ritmo diabólico do lobito Belga e depois em Fancuaya voltou a levantar os braços depois de violar a sangue frio os colegas de fuga, nem o #solerismo resistiu.

Louis Meintjes venceu a etapa 9

E para terminar a semana, o rei da bunda do pelotão, Louis Meintjes (Intermarché-Wanty Gobert) venceu a etapa. O Sul-Africano este ano renasceu das cinzas e tem deixado os haters com a bunda caída.

4 vitórias da fuga em 9 etapas, a Vuelta segue a tendência do Giro e do Tour.

Adiós.


→ Tudo sobre a Vuelta da Espanha

Fotos: A.S.O / Charly Lopez, Luis Angel Gomez, SprintCycling, Luis Angel Gomez, SprintCyclingAgency, Antonio Baixauli López, Antonio Baixauli, Toni Baixauli

→ Onde assistir a Vuelta da Espanha?

Hastags da prova: #LaVuelta22, #BikeBlz


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